Alunos do Elisiário Matta fazem protesto por melhorias no colégio
Dezenas de alunos realizaram uma manifestação pacífica no Colégio Estadual Elisiário Matta na manhã da última sexta-feira (21) com o intuito de reivindicar melhorias para a instituição de ensino, que sofre desde o começo do ano letivo com a falta de professores, merenda escolar e uniformes.
As reivindicações são diversas: Falta de funcionários – o que, segundo a direção, causou a falta da merenda escolar -, falta de materiais para a prática desportiva, salas superlotadas, além da falta de professores e uniformes, que ainda não foram entregues aos alunos.
Cartazes foram confeccionados com dizeres de: “Mais Respeito” e “Salas super lotadas”. Alunos farão votação para a formação de um grêmio estudantil, que irá cobrar mais ativamente as melhorias na tradicional escola pública de Maricá.
Os estudantes deram um show de democracia dentro de uma escola em que a direção intimidava funcionários e alunos. Eles (os estudantes) mostraram que com a união de todos, algo pode ser pressionado para mudar. Agora, todos aguardam as mudanças prometidas, caso estas não venham a acontecer, eles voltarão a protestar.
O ‘Maricá Info’ foi procurado por alguns pais preocupados com as condições das instalações físicas do C. E. Elisiário Matta, situado na rua Abreu Rangel, no Centro de Maricá.
Os pais – que preferiram não se identificarem com medo de represálias – relataram que a escola está com banheiros quebrados e entupidos ou fechados, paredes descascadas, portas sem maçanetas, fios elétricos à mostra, ventiladores sem funcionar e ar condicionado com defeito. Os problemas não são só estes, as telas da quadra de esportes estão rasgadas, o que pode pôr em risco a integridade dos alunos.
Área de recreação e o laboratório de informática do Colégio Estadual ficam constantemente trancados e a biblioteca não possui um horário regular para funcionamento, cerceando o direito dos alunos à diferentes formas de aprendizado.
A sala de leitura pouco acessível, de acordo com os pais de alunos. Também estão as mesas de tênis de mesa desativadas, o espaço para se jogar damas e xadrez é coberto pelo mato, e o de jogar vôlei e o campinho fechados, esses três últimos trancados com cadeados.
As reclamações incluíram problemas constantes em relação ao abastecimento de água, que com frequência falta para beber e ao cardápio de merenda para os alunos, que não é de boa qualidade.
Os anseios dos pais, que enviaram todas as fotos para o ‘Maricá Info’, é de que a escola em que seus filhos estudam se torne um local onde haja qualidade no ambiente educacional e não apenas que os estudantes vão por obrigação.
ALUNOS SÃO REPRIMIDOS E PUNIDOS EM INSTITUIÇÕES
Inconformados com a Secretaria Estadual de Educação, os alunos do Colégio Estadual Elisiário Matta, situado no Centro de Maricá, foram ‘impedidos’ de realizar o protesto marcado para esta terça-feira (14). Ao ter conhecimento do ato, a direção da instituição chamou a Polícia Militar, que colocou uma viatura na quadra para não haver nenhum ato de vandalismo.
O movimento, intitulado ‘Eu Luto Pela Educação’, tem objetivo de lutar pela melhoria da educação pública nas escolas estaduais da cidade, que vem sendo maltratadas pela falta de repasses de verba, falta de fiscalização e de gerência. Os alunos do Elisiário Matta reclamam constantemente da falta de professores, cerceamento de espaços pedagógicos, falta de higiene nos banheiros e da precariedade em que se encontra as instalações do colégio. No Colégio Estadual Domício da Gama, a direção ameaçou dar nota zero para qualquer aluno que boicotar a prova do Saerj.
Agora, os alunos planejam um boicote à proja do SAERJ (Sistema de Avaliação da Educação do Estado Rio de Janeiro), chamada de SAERJINHO. Na página do evento do movimento, mais de 1,5 mil pessoas foram convidadas. Na descrição há todos os objetivos e passos que os participam devem seguir, confira:
“1- Este movimento NÃO SERÁ contra os colégios, nem a direção deles;
2- Os alunos deverão fazer suas provas com plena consciência , pois, a maioria dos professores pontuam em sua respectiva matéria. No caderno da prova há um local para se pôr a resposta, por onde os professores corrigem e pontuam. O que será feito é , NENHUM ALUNO DEVERÁ PREENCHER O CARTÃO RESPOSTA. O cartão resposta é enviado a SEEDUC, e é isso que queremos atingir. Porém, devem ter a assinatura de cada aluno nos cartões resposta, para provarmos que estivemos presentes na data da prova;
3- Após o termino da prova , os alunos deverão permanecer em seu colégio. Onde, nenhum aluno irá para a sala de aula , se houver aula;
4- Pelo fato de estarmos em luto pela educação que estamos tendo, os alunos que forem fazer parte do protesto devem ir ou levar BLUSAS PRETAS.
5- Só será considerado participante do protesto aquele que, permanecer em seu colégio. Pois é um MOVIMENTO ESTUDANTIL , ou seja, feita por alunos , assim, só acontece em seu respectivo colégio;
6- Na hora que houver o protesto , alunos e professores poderão expor suas ideias e fala sobre.
REGRAS :
1- NÃO SERÁ PERMITIDO LIDERANÇA DE PROFESSORES OU QUALQUER PESSOA QUE COMPONHA O CORPO DOCENTE , COMO JÁ FOI DITO, É UM MOVIMENTO ESTUDANTIL;
2- DURANTE O PROTESTO NÃO SERÁ PERMITIDO O USO DE PALAVRÕES , GRITOS, BADERNAS , CONFLITOS ETC;
3- SÓ SERÁ CONSIDERADO PARTICIPANTE DO MOVIMENTO OS ALUNOS QUE PERMANECEREM EM SEU RESPECTIVO COLÉGIO. É UM MOVIMENTO QUE SERÁ FEITO DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR. SE SAÍREM , NÃO SERÃO CONSIDERADOS INTEGRANTES.
OBS : O MOVIMENTO FOI CRIADO POR INICIATIVA DE ALUNOS DAS REDES ESTADUAIS DO MUNICÍPIO.”
Governador Pezão se posiciona após protesto e repressão em escola de Maricá
O Governador do Estado Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, tomou conhecimento na última quarta-feira, devido aos diversos compartilhamentos nas redes sociais mencionando o autoritarismo dentro dos colégios Elisiário Matta e Domício da Gama, ambos pertencentes ao Governo do Estado e se posicionou sobre o caso após o ex-aluno e liderança estudantil na cidade de Maricá, Renan Mendonca, entrar em contato com o governador via telefone. Todas as reivindicações foram repassadas para o e-mail pessoal do governador e o mesmo retornou informando que já solicitou que a Secretaria Estadual de Educação apure as denúncias que foram recebidas e venha tomar as devidas providências. Pezão esclareceu ainda que sempre haverá espaço aberto para o diálogo com os estudantes e disse que nunca deixará de atender as solicitações feitas pela juventude. Tudo isso veio a acontecer após os alunos do Colégio Estadual Elisiário Matta, serem ‘impedidos’ de realizar o protesto marcado para a última terça-feira (14). Ao ter conhecimento do ato, a direção da instituição chamou a Polícia Militar, que colocou uma viatura na quadra para não haver nenhum ato de vandalismo e guardar o património público. Mas de acordo com vídeos publicados na página do Grêmio Estudantil do Elisiário Matta, os policiais expulsaram quem estava protestando da unidade escolar.
O prefeito de Maricá, Washington Siqueira (o Quaquá), também se posicionou sobre o caso. Em seu perfil pessoal no facebook, o prefeito se mostrou contra a repressão e a favor da liberdade dos estudantes em reivindicarem melhorias para as escolas estaduais. “Se organizar e se manifestar e um direito legítimo dos estudantes e faz parte de sua formação como cidadãos, portanto deve ser inclusive estimulado pela escola e pelo processo educacional.” Disse. “Sinceramente fosse direção de uma escola municipal eu exoneraria a diretora.” Comentou o prefeito em outra publicação.
O movimento, intitulado ‘Eu Luto Pela Educação’, tem objetivo de lutar pela melhoria da educação pública nas escolas estaduais da cidade, que vem sendo maltratadas pela falta de repasses de verba, falta de fiscalização e de gerência. Os alunos do Elisiário Matta reclamam constantemente da falta de professores, cerceamento de espaços pedagógicos, falta de higiene nos banheiros, da precariedade em que se encontra as instalações do colégio e da repressão ao pedirem melhorias e melhores condições. No Colégio Estadual Domício da Gama, a direção ameaçou dar nota zero para qualquer aluno que boicotar a prova do Saerj. Já no Ciep 259, a única aluna que realizou o protesto teve a prova anulada e os pais foram chamados pela direção.
Fonte: MaricáInfo