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sábado, 21 de fevereiro de 2015

OS BENEFÍCIOS DA HORTELÃ

A hortelã é uma das ervas mais conhecidas do mundo – até na Bíblia há menções sobre essa planta de folhas recortadas e aromáticas. Conta a mitologia grega que Zeus andava pela terra disfarçado de mortal, buscando pão e água. Depois de ser ignorado por várias pessoas, encontrou um casal de camponeses idosos que o acolheu: eles lhe deram de comer sobre uma mesa enfeitada com hortelã. Em agradecimento à comida, o deus transformou o casebre dos camponeses em um belo palácio. Essa lenda transformou a hortelã em símbolo de hospitalidade e até hoje um canteiro dessa erva nos transmite uma sensação de bem-estar.

Há duas explicações para o sucesso da hortelã. Primeiramente, ela contém mentol, substância que confere o aroma refrescante e perfumado presente em todas as espécies de hortelã – pois é, existem muitas, não só a planta de folhas arredondadas que conhecemos no Brasil. Essa erva é usada desde a Idade Média para temperar carnes, fazer chás, perfumar a casa e combater uma enorme lista de problemas de saúde, de febres e vômitos a picadas de escorpião. O mentol tornou-se um dos óleos essenciais mais importantes do mundo, compondo a fórmula de milhares de produtos, de balas a remédios e cremes dentais. 

Mas há uma outra explicação para a fama da hortelã: seu cultivo ridiculamente simples. Planta muito rústica, ela vai bem até mesmo em vasos dentro de casa. Sua única exigência é ter terra úmida e bem adubada (com composto orgânico ou húmus de minhoca), fora isso, ela cresce tanto à meia sombra quanto no sol pleno. Evite cultivá-la em canteiros coletivos: a planta produz raízes invasoras e caules subterrâneos que logo escapam do controle. Esses caules, aliás, podem gerar mudas: basta cortar um pedaço com raízes e plantar na terra úmida, mantendo-o em local que receba sol apenas uma parte do dia.

Além da Mentha piperita, também é comum no Brasil a Mentha spicata, que alcança 90 cm de altura. Os europeus gostam da Mentha suaveolens, com um leve sabor de maçã, e da Mentha gracilis, de folhas verdes e amarelas. Qualquer que seja a espécie escolhida, pode toda a planta deixando só alguns toquinhos sempre que notar que os caules estão finos, compridos e “pelados”, com folhas só nas pontinhas. Essas podas ajudam a renovar a folhagem, deixam a planta mais viçosa e perfumada.

Na medicina popular, o chá de hortelã feito por infusão (coloque as folhas em água quente e abafe por cinco minutos) combate aftas, gengivite e dor de garganta. O consumo dessa erva facilita a digestão de alimentos gordurosos – aliás, é por causa dessa propriedade que o molho de hortelã acompanha o cordeiro assado numa das receitas árabes mais tradicionais. Outro casamento famoso resulta no mojito, drinque cubano feito com rum, gelo e hortelã, tão popular quanto a caipirinha brasileira.