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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

KICA DE CASTRO FOTOGRAFA MODELOS ESPECIAIS

Caroline Marques, coroada a primeira Miss Brasil cadeirante. Uma das modelos com maior demanda em trabalhos para moda e anúncios comerciais.
Onde muitas pessoas enxergam o preconceito, a fotógrafa paulista, Kica de Castro (38), consegue ver a beleza.
Kica de Castro, fotógrafa que tem uma agencia de modelos exclusiva para profissionais com alguma deficiência, desde 2007. Anos de trabalho provando que beleza e deficiência não são palavras opostas e os resultados podem ser vistos em editoriais, exposições e passarelas.

Kica aposta que para ter sempre bons resultados é preciso ter trabalho em equipe. “Ninguém é melhor que ninguém".


Na contramão da ditadura do que é belo, imposição de um grupo da sociedade que trabalhou nesse segmento na década de 60, ela mostra que beleza e deficiência não são palavras opostas. O que é belo para um, pode não ser para outro. Referência estética não é uma questão de padronização. O trabalho é de formiguinha, vem conquistando espaço, no decorrer dos anos.

Déborah Fontenele, modelo de Goiânia para exposição, "Eu não sou o que me falta" - em parceria com Semira Goiás
Em 2002 Kica trabalhou em um centro de reabilitação, como chefe do setor de fotografia para pessoas com deficiência física. Passados cinco anos, de muito trabalho e pesquisa, resolveu dar o pontapé inicial na inclusão das pessoas com algum tipo de deficiência; deixou seu emprego fixo, sem apoio e com todos a chamando de louca, abriu à primeira agência de modelos, exclusivamente, para profissionais deficientes.

Carolina Vieira pelas objetivas inclusivas de KIca de Castro, praia de João Pessoa.
Num mercado de trabalho cheio de regras e imposições, a lei de cotas não é aplicada, impera o talento e o potencial de cada um, por isso a ditadura da beleza fica por conta das exigências da fotógrafa. Kica exige dos agenciados dedicação com a carreira; estudar, ter disciplina, como em qualquer carreira, são regras fundamentais para ser um profissional reconhecido. O que no começo parecia ser impossível, ter pessoas com deficiência como modelo, hoje é uma realidade em muitos editoriais e passarelas. O preconceito ainda existe, mas vem perdendo forças, por ter qualidade, determinação e ética. Como toda regra tem sua exceção, sozinha implantou na sociedade que é preciso incluir, mudar o conceito do que é belo, dar oportunidades, hoje uma multidão vem seguindo esse exemplo. Confirmando que uma andorinha fez “um” verão.
Paula Ferrari, além de modelo também e fisioterapeuta. Infelizmente no Brasil o profissional com deficiência não consegue viver apenas com a carreira de modelo. Editorial para marca Fator Brasil, make de Andre Lima.
Dona de uma sensibilidade extraordinária e humildade sem igual, ela aposta que para ter sempre bons resultados é preciso ter trabalho em equipe. “Ninguém é melhor que ninguém, uns conseguem ter destaque em determinadas áreas, por conta da disciplina, de saber escutar e seguir o caminho certo. Na história da humanidade, a questão beleza tem suas referencias. 

Caroline Marques, coroada a primeira Miss Brasil cadeirante. Uma das modelos com maior demanda em trabalhos para moda e anúncios comerciais.
A pessoa com deficiência merece ter esse destaque. 
Se outros profissionais, como fotógrafos, estilistas, maquiadores, cursos de teatros... tiverem o interesse, de fazer parte da equipe ou projetos isolados, que a meu ver, abrem outras portas da inclusão, vão ver que estamos falando de 46 milhões de consumidores brasileiros, com algum tipo de deficiência, que gostam de moda, são vaidosos, que fazem atividades físicas, que consomem de tudo e são lindos para qualquer publicidade” – relata Kica de Castro.

Renata Paiva, modelo de Rondônia em editorial de make para Andre Lima

KIca de Castro, publicitária e fotógrafa, proprietária de uma agencia de modelos exclusiva para profissionais com deficiência, desde 2007. Reconhecida como a pioneira no Brasil. Ao fundo, da esquerda para direita:

Juliana Caldas, atriz e modelo com nanimo

Paula Ferraria, fisioterapeuta e modelo, mielite, usuária de cadeira de rodas para longa distância.

Maraísa Proença, paratleta e modelo com amputação de membro inferior, usuária de protese.
Mah Mooni, Iraniana que saiu de um pais com regras rigidas para mulheres para fazer parte do elenco de Kica de Castro. Amputação de membro inferior, sem uso de proteses.