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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

BANCO DO BRASIL INVESTIGADO POR EMPRÉSTIMO IRREGULAR À MODELO

MPF investiga Banco do Brasil por empréstimo que beneficiou socialite de SP

Por decisão da Justiça, banco deverá informar dados da operação suspeita aos procuradores

Bendine foi acusado de favorecer a socialite Val Marchiori com um empréstimo do BB subsidiado pelo BNDES - Michel Filho / Agência O Globo
SÃO PAULO - O Ministério Público Federal em São Paulo informou nesta sexta-feira que instaurou inquérito policial para averiguar a concessão de um empréstimo do Banco do Brasil (BB) com suspeita de irregularidades à apresentadora da TV e empresária Val Marchiori, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES. O caso deverá ser investigado pela Polícia Federal.

Segundo representação de um grupo de funcionários do BB entregue ao MPF, a operação foi realizada em 2013, quando o banco disponibilizou R$ 2,79 milhões à cliente, apesar do cadastro dela conter restrições impeditivas de crédito, o que deveria inviabilizar a liberação dos recursos, de acordo com as regras do banco.

Val Marchiori foi protagonista do programa "Mulheres Ricas" e é amiga do presidente do BB, Aldemir Bendine, confirmado nesta sexta-feira como novo presidente da Petrobras. O MPF pretende apurar se a relação próxima entre a empresária e o presidente do banco influenciou a concessão do crédito. O caso foi revelado em outubro do ano passado pelo jornal “Folha de S. Paulo”.

Nesta semana, a Justiça Federal comunicou ao Banco do Brasil a determinação para que forneça aos procuradores documentos referentes aos empréstimos concedidos à empresária desde 2009. O MPF havia solicitado os mesmos dados em outubro do ano passado, mas o banco se recusou a repassá-los, sob a alegação de que seria necessária uma ordem judicial de quebra de sigilo bancário dos envolvidos para atender à solicitação.

Acionado, o Judiciário afastou essa condição por se tratar de recursos públicos e deu prazo de cinco dias para que o BB disponibilize a documentação. Nesta sexta-feira, o MPF informou que ainda aguarda o envio do material. Por determinação do MPF, a Polícia Federal deverá aprofundar as investigações, em busca “de outros elementos probatórios”.

Segundo a denúncia, Marchiori tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao Banco do Brasil, e também não apresentava capacidade financeira para obter o financiamento. O crédito foi oferecido à empresa Torke Empreendimentos, que não tinha experiência na área de transportes. De acordo com os funcionários do BB, Val apresentou como comprovação de receita a pensão alimentícia de seus dois filhos. O Banco do Brasil nega que a operação tenha sido irregular.