Diante de questões que assolam o universo da beleza e principalmente diante de padrões estéticos
desmedidos o fotógrafo Cadu Dias iniciou um projeto que vai na contramão da padronização do corpo
feminino. A intenção do projeto “Eu não sou plus size” vai muito além de tentar ditar qualquer estrutura que
se constitua como um padrão de beleza, a tentativa se consolida em abrir as possibilidades e ver a
verdadeira beleza de cada mulher. A exposição das fotos será feita entre os dias 15 de agosto e 13 de
setembro, na Nossa Casa Cultural na Rua Alberto Torres, 297 em Petrópolis.
Nas palavras do fotógrafo é possível vislumbrar a urgência de iniciativas como esta, para libertar os
corpos femininos de rótulos e medidas: “Meu intuito é “brigar” com os rótulos (cruéis) aos quais as mulheres
são diariamente submetidas. Fisicamente elas têm que se adequar a um padrão de corpo/cabelo/roupa/etc .”
A partir desse pensamento Cadu fotografou 20 mulheres normais, mas que carregam em si o amor próprio
necessário para todas as mulheres. A preciosidade que envolve o amor pelo seu corpo, através de um
abraço, as fotos mostram corpos femininos em sintonia com as suas almas.
O projeto certamente toca em questões muito importantes como a conscientização de que é preciso
se amar estando ou não dentro de qualquer padrão, como participante desta iniciativa afirmo que; não
somos coisas e por essa razão não merecemos rótulos, não devemos ser julgadas e nomeadas de acordo
com o tamanho da nossa cintura. Na verdade muito mais importante que os padrões são as nossas
vontades, os nossos desejos, que nos constituem seres humanos repletas de humanidade. Desse modo é
preciso sem demora repetir: “Meu corpo, minhas regras” eu não vou usar uma roupa só porque está na
moda, eu não vou tomar remédios pra diminuir o tamanho da minha bunda, eu não vou esticar os meus
cabelos!!! Eu me amo exatamente do jeito que sou sem tirar nem por nenhuma curva!
O amor que cada uma demostrou pelo seu corpo está exposto no abraço. Abraçar, ato tão complexo
e tão simples, ato de sentir, abraçar a si é sentir-se na grandeza do seu ser que está do lado de dentro e se
mostra não como um pedaço de carne, mas como sentimento, como emoção, como amor… Amor próprio! A busca foi por renovar, recriar e ser, muito mais do que uma “medida certa” uma medida única, que cada
uma de nós tem a sua, da forma mais linda, mais pura e mais bela. Viver e ser capaz de colocar na balança
não os quilos que carregamos mais os pensamentos mais preciosos sobre nós mesmas.
Release por
Júlia Casamasso Mattoso