Semana de combate à doença em Maricá terá foco no diagnóstico precoce
“A pessoa pode muito bem levar uma vida normal com a hanseníase”. A declaração da cabeleireira Roberta Cristina Barbosa, de 34 anos, reflete o pensamento e a situação da maior parte de quem convive com essa doença hoje em dia. É com essa filosofia que a coordenação do Programa de Combate à Hanseníase em Maricá vai atuar na campanha de combate ao mal neste ano. Com tema “Janeiro sem Manchas”, a equipe preparou uma programação especial que começa nesta segunda-feira (24/1).
O evento principal será a montagem de uma tenda na Praça Conselheiro Macedo Soares na terça (25) e na quinta-feira (27) pela manhã, onde haverá informações sobre sintomas e tratamento e distribuição de panfletos sobre a hanseníase. Para Roberta, que já se curou da doença mas ainda toma medicamentos, a conscientização é de suma importância, mas a visita a uma colônia de pacientes na Zona Oeste do Rio a fez levar a sério o tratamento.
“Fiquei chocada, mas foi aí que a ficha caiu de verdade. Disse para mim mesma que não queria ficar como aquelas pessoas. Antes disso eu não era muito correta, porque não aceitava que estivesse doente”, admite a cabeleireira, que mora em Pindobal e também enfrentou preconceito por causa da hanseníase, perdendo até um emprego.
“Trabalhava para uma médica e, veja só, ela me demitiu por carta quando percebeu os primeiros sintomas em mim. Tive também uma briga com uma prima que me chamou de ‘leprosa’. É uma coisa que ainda me preocupa hoje”, diz ela, que pediu para não ser fotografada.
Acolhimento e diagnóstico precoce
A coordenadora técnica do programa, Eliane da Cruz Moraes, reconhece que ainda existe muita discriminação aos pacientes. Por isso, foi criado um espaço de acolhimento e um grupo de auto-ajuda para eles e suas famílias.
“Tem muita gente por aí sofrendo o que a Roberta sofreu, perdendo até emprego por causa da doença. O paciente chega aqui bastante sensibilizado e temos de trabalhar essa parte”, avalia ela, que é a assistente social.
Segundo Eliane, o foco da campanha neste ano será o diagnóstico precoce da hanseníase para busca do tratamento o quanto antes. Outras metas para 2011 são a capacitação dos médicos e enfermeiros e a descentralização do serviço, para registro de novos casos. Atualmente, há apenas treze pacientes cadastrados e em tratamento no programa.
“A hanseníase leva até dois para se manifestar, mas é importante que o paciente procure um posto de saúde ou o nosso serviço quando surgirem as primeiras manchas. Se não houver tratamento adequado, a doença evolui e, em pouco tempo, ocorre a atrofia dos dedos e membros”, alerta a coordenadora.
Programação – Já na manhã de segunda-feira, o atendimento começa no Posto de Saúde Central, na Rua Clímaco Pereira. Na terça, após o evento na praça, a equipe estará à tarde o ambulatório do Hospital Conde Modesto Leal. Quarta-feira será dia de palestra e apresentação de vídeo no SAE (?). No dia seguinte à tarde, o atendimento ocorrerá no Centro de Diagnóstico e no ambulatório do HCML. Fechando a semana, a equipe retorna na sexta-feira pela manhã no Posto de Saúde Central.
Texto: Sérgio Renato Fotos: Paulo Polônio
“A pessoa pode muito bem levar uma vida normal com a hanseníase”. A declaração da cabeleireira Roberta Cristina Barbosa, de 34 anos, reflete o pensamento e a situação da maior parte de quem convive com essa doença hoje em dia. É com essa filosofia que a coordenação do Programa de Combate à Hanseníase em Maricá vai atuar na campanha de combate ao mal neste ano. Com tema “Janeiro sem Manchas”, a equipe preparou uma programação especial que começa nesta segunda-feira (24/1).
O evento principal será a montagem de uma tenda na Praça Conselheiro Macedo Soares na terça (25) e na quinta-feira (27) pela manhã, onde haverá informações sobre sintomas e tratamento e distribuição de panfletos sobre a hanseníase. Para Roberta, que já se curou da doença mas ainda toma medicamentos, a conscientização é de suma importância, mas a visita a uma colônia de pacientes na Zona Oeste do Rio a fez levar a sério o tratamento.
“Fiquei chocada, mas foi aí que a ficha caiu de verdade. Disse para mim mesma que não queria ficar como aquelas pessoas. Antes disso eu não era muito correta, porque não aceitava que estivesse doente”, admite a cabeleireira, que mora em Pindobal e também enfrentou preconceito por causa da hanseníase, perdendo até um emprego.
“Trabalhava para uma médica e, veja só, ela me demitiu por carta quando percebeu os primeiros sintomas em mim. Tive também uma briga com uma prima que me chamou de ‘leprosa’. É uma coisa que ainda me preocupa hoje”, diz ela, que pediu para não ser fotografada.
Acolhimento e diagnóstico precoce
A coordenadora técnica do programa, Eliane da Cruz Moraes, reconhece que ainda existe muita discriminação aos pacientes. Por isso, foi criado um espaço de acolhimento e um grupo de auto-ajuda para eles e suas famílias.
“Tem muita gente por aí sofrendo o que a Roberta sofreu, perdendo até emprego por causa da doença. O paciente chega aqui bastante sensibilizado e temos de trabalhar essa parte”, avalia ela, que é a assistente social.
Segundo Eliane, o foco da campanha neste ano será o diagnóstico precoce da hanseníase para busca do tratamento o quanto antes. Outras metas para 2011 são a capacitação dos médicos e enfermeiros e a descentralização do serviço, para registro de novos casos. Atualmente, há apenas treze pacientes cadastrados e em tratamento no programa.
“A hanseníase leva até dois para se manifestar, mas é importante que o paciente procure um posto de saúde ou o nosso serviço quando surgirem as primeiras manchas. Se não houver tratamento adequado, a doença evolui e, em pouco tempo, ocorre a atrofia dos dedos e membros”, alerta a coordenadora.
Programação – Já na manhã de segunda-feira, o atendimento começa no Posto de Saúde Central, na Rua Clímaco Pereira. Na terça, após o evento na praça, a equipe estará à tarde o ambulatório do Hospital Conde Modesto Leal. Quarta-feira será dia de palestra e apresentação de vídeo no SAE (?). No dia seguinte à tarde, o atendimento ocorrerá no Centro de Diagnóstico e no ambulatório do HCML. Fechando a semana, a equipe retorna na sexta-feira pela manhã no Posto de Saúde Central.
Texto: Sérgio Renato Fotos: Paulo Polônio