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sexta-feira, 28 de março de 2014

PLUS SIZE GRÁVIDA MORRE EM SÃO PAULO

Polícia investiga morte de grávida em maternidade de Ribeirão Preto, SP

Com 8 meses de gestação, Giovana Gabriela morreu após ser medicada.
Caso é investigado como homicídio culposo; maternidade abriu sindicância.


A Polícia Civil instaurou na quarta-feira (26) um inquérito para investigar o caso de uma mulher grávida de oito meses que morreu logo após ser atendida e medicada na Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto (SP). De acordo com familiares, Giovana Gabriela Martinelli, de 28 anos, que tinha ido ao local com pressão alta, piorou ao tomar remédios receitados por um médico plantonista e morreu na noite de sexta-feira (21). O bebê também não resistiu.
O caso é investigado pela polícia como suspeita de homicídio culposo – quando não há intenção de matar – e a família da vítima acompanha as investigações enquanto analisa meios de entrar com uma ação na Justiça. Em nota, a Maternidade Sinhá Junqueira informou que instaurou uma sindicância interna. A Unimed, responsável pelo convênio da paciente, afirmou que também verificará o atendimento prestado.
Com oito meses de gestação, Giovana (modelo plus size) foi levada de ambulância para a maternidade depois de passar mal em seu apartamento no início da noite de sexta-feira. A jovem chegou à unidade hospitalar às 19h10 com a mãe Luzia Pereira Martinelli Barizon, de 66 anos. Um médico que deixava o hospital, de acordo com Luzia, foi chamado a voltar para atender a gestante antes de ir embora.
O profissional receitou uma combinação de medicamentos logo depois de checar os batimentos cardíacos da gestante e da criança e informou que a paciente poderia ser liberada após receber a medicação intravenosa, relata a dona de casa. Quinze minutos depois, segundo Luzia, enquanto era levada de cadeira de rodas para a saída da maternidade, Giovana começou a ficar pálida, a suar frio e parecia mais fraca do que antes.


Diante disso, Luzia disse que voltou a solicitar atendimento ao mesmo plantonista e pediu que ele entrasse em contato com o médico que acompanhava o pré-natal de Giovana - o que teria sido negado, segundo a família. "Quando eu estava saindo para colocá-la no carro, parei na porta do hospital e vi que ela estava branca, suando. Decidi voltar e pedi para chamar o médico. Ele se negou a bipar, disse: 'sou médico há 27 anos, se tivesse necessidade eu faria isso'", afirma.
O profissional de plantão novamente receitou uma medicação intravenosa, mas, antes de ser encaminhada para a aplicação, de acordo com Luzia, Giovana piorou e teve que ser socorrida às pressas por uma equipe do hospital. A gestante foi submetida a massagem cardíaca, mas morreu por volta das 22h. A mãe relata que a equipe ainda tentou fazer uma cirurgia de emergência para salvar a vida do bebê, que se chamaria Raul, mas isso também não foi possível. Segundo a família, a causa da morte descrita no atestado de óbito de Giovana é indeterminada.
Investigações
Depois que um boletim de ocorrência por morte suspeita foi registrado, o delegado do 2º Distrito Policial de Ribeirão Preto, Fernando Gonçalves de Oliveira, instaurou inquérito por homicídio culposo para constatar se houve negligência profissional no atendimento à gestante. Ele quer ouvir familiares da vítima e funcionários da maternidade, mas não definiu datas. A polícia também aguarda o resultado do laudo necroscópico. "Tudo será requisitado. Será ouvido o médico que acompanhava a gravidez e o médico responsável pelo atendimento", afirmou.

Segundo a advogada Karina Ferreira Borges, a família de Giovana ainda estuda a possibilidade de processar o hospital e o médico. "Vamos acompanhar o inquérito policial e o laudo para depois tomar as medidas cabíveis", disse.
Sindicância
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Maternidade Sinhá Junqueira informou ter instaurado uma sindicância interna para apurar os fatos e encaminhou o caso para a Comissão de Ética Médica. O resultado da apuração deverá ser encaminhado ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Responsável pela equipe médica que atende seus conveniados em unidades hospitalares, a Unimed Ribeirão comunicou que o médico que atendeu Giovana é ginecologista e obstetra com título de especialista na área, "plenamente capacitado para o atendimento". A instituição confirmou também que verificará o atendimento prestado para esclarecer os fatos.