ATENÇÃO: AS MATÉRIAS POSTADAS NO CULTURARTEEN ATÉ 21 DE SETEMBRO DE 2019, PODEM SER ACESSADAS ATRAVÉS DO ENDEREÇO:
TEMPORARIAMENTE ESTAREMOS CIRCULANDO APENAS NA VERSÃO ON LINE E NA REVISTA ELETRÔNICA.


 

sábado, 8 de agosto de 2015

MULHERES USAM SEUS CORPOS PARA PINTAR MURAL

Mulheres mergulham em tinta e corpos viram 'pincel' para fazer arte

Coletivo Pi foi criado em São Paulo e pretende colorir muros ao ar livre.
Elas vão expor em museu no Rio de Janeiro neste sábado (8).

Fotos: Fábio Tito - G1

Um grupo de mulheres performáticas de São Paulo mergulha seus corpos em tinta guache, transformando-se em pincéis humanos para pintar telas. A ideia de carimbar a silhueta feminina em cores e contornos será exposta em forma de quadro no pátio do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, às 15h deste sábado (8). Elas fazem parte do Coletivo Pi, conhecido por fazer intervenções artísticas em espaços públicos.

A tela será pintada na frente dos visitantes do museu em uma performance chamada ‘Contornos’. A ação faz parte da Maratona Cultural Cidade Olímpica, que celebra a contagem regressiva de um ano para o início dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
“A ideia surgiu em 2013 quando sugeri sairmos várias mulheres pelas e com seus corpos banhados de tinta colorida para deixar o contorno e o carimbo dos corpos nos muros da cidade. Era uma maneira de celebração da passagem das mulheres. O coletivo Pi trabalha com questões de gênero e uma delas é o universo feminino”, afirmou a performer Pâmela Cruz.


O trabalho da pintura é bastante impactante para quem assiste, pois as mulheres do grupo se transformam em “‘pincéis humanos”. A pintura da tela ainda tem uma coreografia específica entre as quatro integrantes, além da estampa de desenhos femininos com moldes de pintura feitos por elas.
“É uma sensação de prazer, porque meu corpo fica como ferramenta da obra de arte, então, a obra é a protagonista e não os corpos. É uma sensação de muita alegria e de prazer realizar o trabalho”, disse a performer Priscilla Toscano.


Ao final da performance, as mulheres ficam com os corpos completamente cobertos de tinta. Elas protegem parte da pele usando um colant bege. “Um banho resolve, mas não muito demorado porque a gente não pode ficar desperdiçando água”, afirmou Priscilla. O desejo do grupo é, na verdade, fazer esse tipo de intervenção artística em muros de casas, mas ainda não foi possível por falta de autorização dos donos dos imóveis. “A ideia desse trabalho é fazer essa intervenção ao ar livre. A gente quer fazer onde der para fazer. A gente faz um apelo para que as pessoas liberem o muro para a gente pintar. Fica tão bonito”, disse Priscilla.

O nome do grupo é uma referência geométrica ao corpo humano, especificamente ao da mulher. “Pi, em primeiro lugar, significa performance e intervenção, que é o que a gente faz. Mas também é um símbolo grego, um número infinito e que faz referência à forma circular, que para nós é forma mais igualitária, mais democrática em que podemos viver”, afirmou a performer Natalia Vianna.


Confira a entrevista e todo o processo de preparação do mural acessando