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sábado, 7 de março de 2015

Após prisão na Rússia e ensaio nu, gaúcha volta a navio do Greenpeace

Ana Paula Maciel está na Finlândia, onde deve embarcar no Arctic Sunrise.

Segundo a mãe, ativista tenta encontrar um terreno para construir santuário.


Após ter sido presa na Rússia sob acusação de vandalismo e pirataria durante um protesto do Greenpeace no Ártico, junto com outras 29 pessoas, e posar nua para uma revista masculina para angariar fundos para a construção de um santuário para animais, a bióloga e ativista gaúcha Ana Paula Maciel retornará em breve ao navio Arctic Sunrise, onde estava quando aconteceu a detenção. Segundo a mãe, a transportadora escolar Rosângela Maciel, a brasileira está na Finlândia, de onde deve partir para se aventurar pelos mares.
O Greenpeace confirma que Ana Paula integra a tripulação do Arctic Sunrise. Uma câmera acoplada ao navio, que tem fotos disponibilizadas a cada minuto pelo Greenpeace, mostrava que a embarcação ainda estava parada em Helsinki na marugada desta sexta-feira (6) pelo horário local, noite no Brasil.

Ana Paula fez parte do grupo conhecido como "Os 30 do Ártico", presos em São Petersburgo em 19 de setembro de 2013. Eles tripulavam o mesmo navio quando o Greenpeace realizava um protesto pacífico em uma plataforma petrolífera da companhia Gazprom no Oceano Ártico. Após grande mobilização mundial em favor da libertação dos ativistas do Greenpeace, a bióloga foi solta no dia 20 de novembro de 2013.
A mãe, que acompanhou a situação com apreensão na época e foi à Rússia para encontrar a filha, garante que não ficará preocupada desta vez. "Já me acostumei. Deixo na mão de Deus. É o que ela gosta de fazer, não posso prender a menina, então só posso desejar que ela fique bem e dê tudo certo", disse Rosângela.


Em fevereiro de 2014, menos de três meses após deixar a prisão na Rússia, Ana Paula afirmou ao G1 que planejava posar nua para uma revista voltada ao público masculino. Os fundos do ensaio serviriam para ela construir um santuário para recuperar e inserir na natureza animais selvagens apreendidos pela Polícia Federal por tráfico ilegal.
Uma foto com trajes de banho foi publicada na edição de março da revista Playboy, do Grupo Abril. A aceitação do público determinaria se o desejo de se despir para o periódico se concretizaria, o que aconteceu no mês seguinte. No entanto, segundo Rosângela, Ana Paula esperava ter arrecadado mais com o ensaio, e por isso tenta angariar mais verba para o santuário. Além disso, ela procura por um terreno adequado para abrigar os animais.

'Foi fantástico', diz ativista gaúcha sobre ensaio nu feito no meio do mato
Ana Paula Maciel diz estar satisfeita com o resultado de ensaio de 6h.
Bióloga diz que revista é só mais um trabalho para levar sua mensagem.


Ansiosa para ver suas fotos publicadas na revista Playboy de abril, a ativista gaúcha Ana Paula Maciel diz estar satisfeita com o resultado do ensaio feito em meio à natureza. Ela quer usar o cachê para construir um santuário para animais. As imagens foram feitas no dia 22 de março pelo fotógrafo André Sanseveriano, em Cotia, no interior de São Paulo.
“Fazer em uma reserva foi fantástico. Gostei muito. O resultado foi o esperado, não tem muito o que tirar nem o que botar. Mas posso dizer que a foto de capa ficou linda", diz ao G1 a ambientalista que ficou conhecida por ter sido presa na Rússia com outras 29 pessoas após um protesto no Ártico em um navio do Greenpeace. A revista deve chegou às bancas na terça-feira 08 de abril de 2014.


Segundo Ana Paula, o ensaio durou cerca de 6h em um local de mata virgem. Apesar de ter achado bonitas as fotos, a bióloga procura manter os pés no chão. “Ser capa da Playboy é só mais um evento extraordinário na minha vida normal. As pessoas me param na rua como se fosse extraordinária. Sou só uma pessoa que se importa”, lembra.
Além do cachê, que ela não revela, Ana Paula contará com a renda de outros projetos para financiar o santuário. Entre as iniciativas, estão palestras em empresas, onde conta a sua história como ativista, e um livro sobre a experiência na Rússia, que pretende lançar até o início de 2015. Um projeto de preservação em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, está previsto para os próximos meses.
“Assim como a Ana Paula não nasceu na Rússia, ela também não nasceu na Playboy. Sou ativista há 10 anos. Este é só mais um trabalho para alcançar as pessoas com a mensagem da importância da proteção ambiental”, avalia a ativista, que garante que não trabalha apenas com o Greenpeace . “Sempre fui muito ocupada com as questões ambientais”, completou.
Na edição de março, uma foto da gaúcha de biquíni já havia sido publicada na revista. Na ocasião, o ensaio foi realizado em Maringá, no Paraná.

A ativista ficou presa na Rússia durante pouco mais de dois meses ao lado de outros membros do Greenpeace após um protesto no Ártico. Da ONG, só recebeu a orientação de deixar claro que se tratava de um projeto pessoal e não da organização.
No dia 19 de setembro de 2013, 28 ativistas e dois jornalistas que acompanhavam o grupo foram presos após membros da organização ambiental tentarem escalar uma plataforma da Gazprom para protestar contra a exploração de petróleo do Ártico. Eles foram surpreendidos pela polícia russa, que prendeu toda a tripulação do navio Arctic Sunrise. A embarcação também foi apreendida.
O grupo permaneceu detido durante dois meses, primeiro sob a acusação de pirataria e, em seguida, sob a acusação de vandalismo. Em novembro, eles receberam o direito de responder ao processo em liberdade mediante pagamento de fiança. Desde então, estavam livres na cidade de São Petersburgo, mas sem poder deixar o país. Todos os ativistas já foram soltos.