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terça-feira, 10 de março de 2015

AEROMOÇA ENCONTRADA MORTA DENTRO DE MALA

Marido é principal suspeito de matar e jogar corpo de aeromoça em represa

Corpo da mulher foi achado dentro de uma mala na represa do Atibainha (SP)
Homem foi encontrado morto horas depois na casa onde eles viviam.


A Polícia Civil informou que o marido da aeromoça encontrada morta às margens da represa do Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), é o principal suspeito de cometer o crime. O corpo de Michelli Martins Nogueira estava dentro de uma mala, e seu marido, Julio César Arrabal, foi achado morto horas depois na casa onde os dois viviam em Sumaré (SP).

De acordo com o delegado seccional José Henrique Ventura, um radar no km 70 da rodovia Dom Pedro I, que liga a região bragantina à região de Campinas, flagrou o carro de Arrabal acima da velocidade permitida por volta das 10h30 desta segunda-feira (9). Durante a madrugada, o mesmo veículo foi encontrado em frente à casa do suspeito em Sumaré.

"O caso está quase esclarecido. Há algumas evidências quando você percorre o caminho entre o crime e o criminoso. O carro estava em frente à casa do suspeito com uma luz acesa, e o homem estava pendurado e enforcado, com marcas de sangue dentro da casa", afirmou Ventura.

O delegado disse que ainda não há informações precisas sobre o que teria motivado o crime, mas o casal já tinha histórico de desavenças.
Marcas de agressões
O corpo da comissária foi localizado por volta das 19h de segunda-feira após denúncia anônima. Segundo a Polícia Civil, o crime teria acontecido horas antes. Ao lado do corpo, havia outra mala com os documentos da mulher.
"[O corpo] foi jogado em uma ribanceira e, aparentemente, ela foi morta com pancadas na cabeça. Há marcas de lesões no crânio e na boca. No restante do corpo, não há vestígios de lesões, nem de violência sexual", afirmou o delegado Luiz Carlos Ziliotti, de Nazaré (SP).

Sangue e drogas
Na residência do casal, a Guarda Municipal encontrou Julio Arrabal com um cinto preso ao pescoço e à grade da escada. O caso foi registrado como suicídio na delegacia de Sumaré.
Foram achados ainda uma faca suja de sangue, uma garrafa quase vazia de vodca e vestígios de consumo de drogas, de acordo com o Boletim de Ocorrência (BO). No banheiro, sete embalagens vazias usadas para armazenar drogas estavam dentro de um cesto. Em outro quarto, havia uma nota de R$ 2 enrolada.

Apesar da casa ter uma garagem, o carro de Arrabal estava estacionado na rua, de acordo com o BO. Dentro dele, guardas encontraram objetos pessoais da mulher, entre eles um notebook.

Após o crime, foi realizada perícia na casa, no carro do suspeito e às margens da represa, onde o corpo de Michelli foi deixado. A partir desta terça-feira (10), a polícia deve começar a ouvir testemunhas, como parentes das vítimas, para reunir provas sobre o caso.
"Temos fatos, mas não temos provas técnicas. Hoje vamos começar as oitivas e também vamos aguardar os resultados da necropsia e dos exames toxicológicos dos corpos", disse o delegado.

Nota da companhia aérea

Segundo a Polícia Civil, a vítima tinha 31 anos e trabalhava como comissária de bordo na companhia aérea Azul.

Em nota divulgada na manhã desta terça, a empresa diz que "lamenta profundamente o ocorrido com a tripulante Michelli Nogueira. A companhia está prestando toda assistência necessária à família e colaborando com a Polícia Civil, razão pela qual a Azul não vai comentar o assunto."

Mala onde estava o corpo da aeromoça Michelli Martins Nogueira
(Foto: Edison Temoteo/Futura Press/Estadão Conteúdo)