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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Nudez em festas do Rio gera controvérsia entre frequentadores

Rapazes já tiram a roupa há algum tempo, mas foto de mulher nua foi compartilhada nas redes sociais acompanhada de críticas


RIO — Nudez. Ela sempre esteve presente, ainda que timidamente, nas festas cariocas mais modernas, porém longe dos holofotes. Os rapazes já haviam aderido à moda há algum tempo na noite. Na festa Voodoohop, em São Paulo, é normal ver homens nus, com o corpo pintado. Aqui pelo Rio, a moda também acabou pegando em festas como Manie Dansante, I Hate Mondays, nos mergulhos pós-Cave na Praia no Arpoador... O que não faltava era homem pelado.

Agora, com tudo sendo devidamente registrado na rede, de repente algumas garotas começaram a achar legal e normal poder simplesmente se libertar de mais uma peça de roupa no auge do calor nas pistas de dança. Porém, na última semana, uma menina contratada para fazer bodyshots (brincadeira que consiste em beber um shot de bebida direto do corpo de outra pessoa) em uma festa no Espaço Acústica apareceu em um álbum do I Hate Flash, causando polêmica entre os frequentadores da noite. Algumas figurinhas conhecidas das festas da cidade começaram a compartilhar as imagens no Facebook, se dizendo chocadas com a atitude da moça.

Isso acabou gerando comentários machistas julgando o comportamento, o corpo e o caráter não só da moça em questão, mas de todas as meninas que tiraram a roupa em alguma festa da cidade. Aparentemente, para a patrulha da noite carioca, homem pelado é divertido, mas a mulher fazer o mesmo é “desnecessário”, e quando faz é porque “quer aparecer”. Tempos modernos, mas nem tanto.

— Num país em que se vende a nudez em revistas e no carnaval, o corpo das mulheres ainda é motivo de julgamentos. Se for uma atriz famosa, não tem problema, mas se for uma menina normal é atentado ao pudor — diz Stephanie Meneghetti, 22 anos, também alvo da polêmica pela foto ao lado, quando participou do Campeonato de Saltos Ornamentados do I Hate Flash, na semana passada, e ganhou o prêmio por saltar nua e feliz.

É claro que não demorou para os defensores da nudez aparecerem, e felizmente eles foram a grande maioria. No fim das contas, a imensa discussão destilada em vários posts pelo Facebook acabou sendo produtiva e serviu pra todo mundo repensar seus conceitos e preconceitos.

* Carol Luck escreve na página Transcultura, publicada às sextas-feiras no Segundo Caderno