O fato chamou a atenção da dermatologista Ana Paula de Sá Earp: alguns pacientes têm apresentado deficiência de vitamina D – e um numero bem maior, se não chega a sofrer desse problema, está pelo menos com insuficiência da substância.
- Até pouco tempo atrás,
era considerado normal no exame de sangue o índice de 20 nanogramas por
mililitro, mas houve uma orientação do Institute of Medicine, dos Estados
Unidos, de que seria adequado manter esse número em 30 nanogramas por
mililitro, embora os benefícios não estejam ainda totalmente comprovados.
Assim, a maioria dos laboratórios vem classificando um índice de mais de 30
como suficiente, entre 20 e 30 como insuficiente e menos de 20 como deficiente.
E temos vistos mais gente
com deficiência, o que pode ter como
conseqüência osteoporose, afetar a saúde dos ossos – diz Ana Paula, que tem se
deparado com casos de adolescentes que não tomam sol e passam muito tempo em
casa, diante de videogames e/ou TV, com deficiência de vitamina D.
O assunto é cheio de
variáveis e não há consenso. Há quem diga que não é possível repor a substancia sem sol; e há quem garanta que
basta tomar os suplementos. Tem quem especifique o tempo que se deve tomar sol,
semanalmente, para evitar o problemas; e
tem quem diga que isso varia muito, inclusive de acordo com a cor da pele. Por
último, há quem sugira o horário em que o sol é menos nocivo; e há quem diga
que não adianta, porque a síntese é ativada quando sol está mais forte. Mas é
um consenso que o uso de filtro solar, embora muito importante para prevenir
câncer de pele, possa, sim em excesso, também ser responsável pela falta de
substância.
A dermatologista Carolina
Pontes diz que o exagero de cuidados na exposição ao sol afeta diretamente a
absorção de vitamina D.
- O organismo acaba
perdendo essa capacidade – diz a médica, que é uma das que acreditam que isso
pode ser compensado com reposição via oral e recomenda que os pacientes se
expunham ao sol, pelo menos 20 minutos, três vezes por semana – O horário mais
eficaz é ao meio-dia, quando o sol está mais ativo, mas também muito forte.
Nesse caso, o melhor é optar pelo chamado horário de bebê, antes das 10h e após
as 16h, principalmente para pacientes
com suspeita de carcinoma.
As instruções de Ana Paula
de Sá Earp confirmam boa parte das dicas da dermatologista Carolina Pontes, mas
há controvérsias.
- Não adianta se expor ao
sol no horário em que ele está mais fraco, não resolve, porque o que serve para
a vitamina D são os raios UVB: tem que ser depois das 10h e antes das 16h – diz
Ana Paula, que, no entanto, também acha possível resolver o problema com
complemento via oral.
A dermatologista Paula
Bellotti tem opinião diferente:
- O Sol é essencial para a
produção e absorção da vitamina D pelo organismo. O consumo de suplementos, especialmente
por quem vive em cidades e não passa muito tempo ao ar livre, é bom, mas não
chega a ser ideal. Os raios solares são aliados da saúde, também estão
relacionados ao bem-estar e ao sistema imunológico. Basta saber como
aproveitá-los de forma responsável. Para ajudar o organismo, bastam 5 a 10 minutos de sol, duas a
três vezes por semana, evitando o período entre 10h e 16h.
A dermatologista Juliana
Neiva alerta para os números:
- Estudos indicam que cerca
de 40% da população brasileira tem deficiência de vitamina D. Leite e salmão
são boas fontes, mas é a exposição ao sol que ativa a síntese. É necessária uma
exposição de braços ou pernas, por 15
minutos, três vezes por semana.
Mas, como não está fácil
para ninguém chegar a um consenso, a dermatologista Ana Paula de Sá Earp
pondera:
- Não há uma tabela com o
tempo de exposição solar que resolva o problema, porque depende de fatores como
latitude, longitude, cor da pele... Uma pessoa negra vai precisar de muito mais
sol que uma de pele clara, e os mais velhos têm menos capacidade de produzir
vitamina D. Não existe essa resposta padronizada.
Uma unanimidade, pelo menos, ajuda: pegar sol nos braços e no
resto do corpo, com filtro solar no rosto, já é suficiente para a cota de
vitamina D necessária.
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para a cota de vitamina D necessária.