Bastou o vídeo da festa de 15 anos de Maria Beatriz da Silva Sato Rosa, neta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cair no Youtube no último trimestre do ano passado para um produtor convidá-la para atuar na peça “A Megera Domada”, que esteve em cartaz no Rio. Não se sabe se ele estava de olho no talento da moça ou nos patrocínios polpudos que poderiam surgir por causa do parentesco (só de uma companhia telefônica, do filho de Lula, o grupo teatral teria conseguido R$ 300 mil), mas o fato é que três meses de ensaio e muitas aulas de interpretação depois, ela estreou nos palcos. Adotou como nome artístico o nome do avô, e virou Bia Lula da Silva
“Nunca tinha pensado em atuar”, conta ela, que em cena troca beijos com o galã Marco Antônio Gimenez. “Na primeira vez, no ensaio, fiquei assustada. Agora estou bem mais solta, já beijo mais à vontade”, diz. Atualmente com 16 anos, tomou gosto pela carreira e agora sonha em fazer novelas. “Todo mundo vê, né? Seria muito legal”.
Do avô, ganhou conselhos. “Vô Lula fala que a fama tem seu preço”, diz. “Sofro mais pressão por ser neta de quem sou. Quem não gosta dele, vai falar mal de mim. Esse é o lado ruim”, comenta. Lula não pôde ir à estreia do espetáculo, em novembro, por causa do tratamento contra um câncer que enfrenta. Mas, carinhoso, mandou flores. “Querida Bia, apesar da ausência forçada, me faço presente na torcida e carinho. Grande beijo, vô Lula”, dizia o cartão que ela fotografou com o celular e mostra, orgulhosa.
Bia estranhou ao ver Lula sem barba e com a cabeça raspada por causa da quimioterapia no final do ano passado. “Mas ele ficou bonitinho”, elogia. “Quando ele descobriu que estava com câncer, no dia seguinte fui assistir a um jogo do Corinthians com ele. Acho até que isso tudo aproximou a família. Agora, quando vou à casa dele está a família inteira lá”, conta Bia, filha de Lurian Cordeiro da Silva (fruto de um relacionamento de Lula antes dele se casar com Marisa Letíca) e a única mulher entre os cinco netos do ex-presidente.
Ela mora em São Paulo com a mãe, mas vai a São Bernardo visitar o avô pelo menos a cada 15 dias. Juntos, gostam de assistir a partidas de futebol na TV e de jogar baralho. “Ele adora mexe-mexe e me ensinou a jogar”, conta Bia. Da época em que o avô era presidente, ela lembra dos almoços de família no Alvorada e dos seguranças que a acompanhavam todos os dias, coisa que ela detestava. “Tive segurança até o último dia do segundo mandato. Nunca deixei de ir a festas, mas no final já estava sufocada”, admite.