Toda gente fala da desgraça, toda gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo.
No entanto, quase todos nos enganamos. A desgraça real não é, absolutamente, o que pensamos, isto é, o que os desgraçados o supõem.
... Vejamos se a tempestade que arranca as árvores, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.
Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.
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