Mário Mendonça, considerado o maior artista sacro contemporâneo do Brasil, foi recebido pelo secretário municipal de Cultura, Ricardo Cravo Albim
O artista plástico Mário Mendonça, estará expondo a partir desta sexta-feira (12/8), sete trabalhos à óleo, na Casa de Cultura de Maricá. A mostra faz parte dos eventos que serão realizados em comemoração à padroeira da cidade, N.Sª do Amparo, e irá até o dia 30/8. Paralelo à mostra, serão apresentados trabalhos do Grupo de Escultores Nilton Torres.
Mário Mendonça é artista de renome internacional, com exposições e prêmios nas principais galerias da Europa, além de livros e artigos escritos sobre sua obra. Sua arte, expressionista, versa sobre temas religiosos. Com 51 anos de pintura (começou a pintar profissionalmente nos anos 60), Mário já expôs na Alemanha, França, Bulgária, Espanha e Portugal, além de museus em diversos estados do Brasil.
A mostra em Maricá, tem a curadoria do próprio artista. São três madonas, três pietás (madona e o Filho morto), e uma anunciação. Segundo o secretário municipal de Cultura, Ricardo Cravo Albim, “Mário Mendonça é considerado hoje o maior artista plástico contemporâneo de arte sacra, no Brasil. Cinco telas suas fazem parte hoje do acervo do Museu do Vaticano, em Roma, Itália. Poder expor seu trabalho, é uma honra para nós e só enaltece a cultura em Maricá”, disse.
A religião como expressão
Morador no Rio de Janeiro, Mário criou em 19 de janeiro de 2011, o Instituto Mário Mendonça, em sua chácara na cidade de Tiradentes (MG), onde abriga mais de mil peças de colecionadores e artistas famosos do mundo inteiro. Desde 1989, Mário vem realizando, quase que anualmente, mostras individuais em que apresenta vias sacras (tem séries delas, distribuídas em museus pelo país), anunciações, madonas e outras imagens de santos católicos, em telas de todos os tamanhos.
“Tento passar emoção em tudo que faço. Descobri a pintura e dediquei-me integralmente a ela. Sou fã da pessoa de Jesus, e busco interpretar personagens e situações bíblicas, como as vejo. A própria palavra de Cristo diz que temos de ser frios ou quentes, e não, mornos. A forma na minha arte, é secundária e circunstancial, suavizando ou criando impacto, conforme o tema. Pintei uma tela, certa vez, e coloquei o quadro na sala de minha casa. Era um Cristo com dois metros de altura. Tenho quatro filhas, e uma delas, simplesmente, não conseguia dormir com o impacto causado pela obra. Tive que deixá-la por 25 anos na casa de um amigo, e, criada a nossa fundação, levá-la para lá. Outra tela minha, que faz parte do acervo da Paróquia N.Sª de Copacabana, foi rasgada por uma pessoa inconformada com a minha interpretação sobre a Paixão de Cristo. Essa é a verdadeira função da arte: impactar, transformar, reeducar. A humanidade necessita estar reavaliando seus valores constantemente, e a religião é uma boa fonte para a ética e para a arte”, conclui.
Texto: Fernando Uchôa Foto: Fernando Silva