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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

NETBOOKS DA PREFEITURA DE MARICÁ

NOTA DO SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO


O Sindicato dos Profissionais em Educação de Maricá em NOTA se posiciona em relação à distribuição de 14.000 netbooks para os alunos da rede municipal de educação e propaganda oficial veiculada em rádio, TV, mídia eletrônica e impressa.
Entendemos que a inclusão digital e o uso de computadores na educação é um elemento desejável no avanço nas condições objetivas e subjetivas da construção do conhecimento pelos alunos da rede municipal e na melhoria das condições de trabalho dos profissionais em educação, porém temos profundas críticas ao processo pelo qual essa “inclusão” está se dando em Maricá.

Em primeiro lugar, questionamos a necessidade de abrir as escolas em dias que não constavam do calendário letivo de 2011 (sábados, domingos e feriados) e convocar os profissionais da educação para entregar os equipamentos aos alunos. Tais dias foram considerados letivos, mas não aconteceu nenhuma atividade pedagógica que os justificassem como tal. Consideramos abusiva a utilização de servidores estatutários para atividades que não estão previstas nem no Estatuto do Servidor, nem no Regimento da Rede, nem no Plano de Carreira.

Em segundo lugar, a propagada inovação da Prefeitura é uma peça de ficção. Maricá apenas se integrou num programa do governo federal chamado “UCA – Um computador por aluno”, que existe desde 2007. Esse programa oferece computadores educacionais, de baixo custo, produzidos por um consórcio formado pelas empresas CCE/DIGIBRAS/METASYS para prefeituras e governos estaduais.
Também não estamos imunes aqui aos mesmos dilemas das experiências anteriores deste programa em outros municípios: falta de capacitação dos profissionais da educação, falta de um projeto pedagógico que articula o uso dos computadores na educação e falta de infra-estrutura que possibilita o acesso à internet e o uso dos netbooks pelos estudantes em casa e na escola.

Em terceiro lugar, questionamos o tipo de “inclusão” que acontece sem a necessária formação de alunos, suas famílias e dos profissionais em educação.
Entendemos que, para ser efetiva tal inclusão, todas as escolas da rede deveriam dispor de laboratórios de informática equipados em rede, com acesso à internet e programas educativos. Esses laboratórios deveriam ter profissionais capacitados para orientar o uso dos equipamentos e as atividades pedagógicas desenvolvidas e funcionar em horários que permitisse o acesso à população do entorno das unidades (inclusive os responsáveis dos alunos) para projetos de formação profissional básica.
Defendemos a inclusão digital como instrumento fundamental para consolidação da cidadania e como elemento pedagógico imprescindível na construção do conhecimento neste século, só não aceitaremos e denunciaremos o uso eleitoreiro desta bandeira.


Maricá, outubro de 2011.
Direção Colegiada do Sindicato dos Profissionais em Educação de Maricá