A depredação da escultura em homenagem a São José de Anchieta, em Araçatiba, que aconteceu na madrugada do sábado (07/03), continua sendo investigada pela 82ª DP, onde funcionários da Prefeitura registraram um boletim de ocorrência no dia do ato de vandalismo. Segundo uma testemunha, o vandalismo teria sido cometido por um grupo de pessoas, possivelmente alcoolizadas, que se reuniu no monumento a um dos milagres do santo. O grupo chamou a atenção pelo alto volume do som usado no local.
De acordo com o boletim de ocorrência 082/01236/2020, os responsáveis estão incursos no artigo 163 do Código Penal Brasileiro (Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia), que prevê pena de detenção, de um a seis meses, ou multa. Segundo o relato, o ataque à estátua, que é de madeira e sofreu danos consideráveis sobretudo na área da cabeça, também atingiu o mobiliário urbano do entorno do monumento – inaugurado em 2018. As lixeiras foram arrancadas e amassadas.
Ainda na manhã de sábado, funcionários da Autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) estiveram no local e removeram o que restou da escultura. O objetivo é o de chamar o autor da peça, o artista plástico Odé, para uma avaliação. Na primeira análise, feita pela equipe que recolheu o material, não seria possível uma recuperação, tal a violência do ataque especialmente no rosto do santo, que foi partido ao meio.
A imagem do Padre Anchieta representa um dos três milagres atribuídos ao santo considerados pelo Vaticano para a canonização. A chamada pesca milagrosa aconteceu às margens da Lagoa de Araçatiba, quando o jesuíta espanhol passou pela região de Maricá, no fim do século XVI. Diante de um grupo de índios que se queixavam do sumiço dos peixes, o missionário fez com que a carestia se transformasse em fartura. José de Anchieta foi beatificado em 1980 e canonizado em abril de 2014 pelo Papa Francisco.
Ainda não há nenhuma previsão para a colocação de uma nova estátua no local.
