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sexta-feira, 1 de maio de 2015

JORNALISTA PLUS SIZE É CAPA DA REVISTA ELLE

Editorial da ELLE de maio declara que Bonito é Ser Diferente

Os padrões existem? Sim. Mas oito mulheres, com belezas distintas, provam que as regras nasceram para ser quebradas.

JULIANA ROMANO, 26 anos
 
 
Ju é jornalista e abastece seu blog, Entre Topetes e Vinis, com posts que mostram que o estilo não se pesa – há dicas, por exemplo, de como usar botas over the knees se você tem a panturrilha grossa. “Quando comecei a trabalhar com beleza e moda, foi um choque porque no Brasil o termo plus size não era conhecido. O tema para quem estava acima do peso sempre foi como emagrecer. Demorei para me aceitar, mas hoje me acho linda.”
 
NATHANE LACERDA, 26 anos
 
Modelo, ela trabalha em um dos meios em que os padrões de beleza são mais latentes. Mas, paradoxalmente, foi assim que aprendeu a lidar bem com pequenas “imperfeições”. “Comecei a trabalhar cedo, aos 14 anos, e aos poucos passei a gostar das minhas sardas. Elas são meu diferencial. Sou grata por tê-las.”
 
LIANE KOHLRAUSCH, 54 anos
 
 
Há 26 anos à frente de uma das maiores agências de modelos do país, a L’Equipe, Liane, conhecida como Lica, convive com algumas das mulheres mais lindas do país, como Jeisa Chiminazzo, de quem é uma fiel escudeira. “Quero ficar velha. Até usei toxina botulínica, mas acho que cada um tem que assumir sua beleza. Quando você não tem medo da velhice, e não tem tanto desejo da beleza, acho que tudo fica mais fácil. Você se torna mais integrada com o corpo, o cabelo, a pele. E isso é muito importante.”

ANDREZA CAVALI, 35 anos
 
Educadora física, Andreza luta para levar informação para todo o país – os albinos não são nem computados pelo censo. Engajada na internet, com frequência, ela também faz o papel de modelo. “Eu sou assim? Então ótimo. É assim que me apresento. Acho bonito quando as pessoas se valorizam. Por isso gosto de ser parte de projetos fotográficos para que outros albinos vejam e identifiquem ali sua beleza.”

NATASHA HOLLINGER, 28 anos
 
 
Fotógrafa e artista plástica, ela é adepta do look tomboy, quase sem gênero. “Desde pequena, sempre tive um lado meio molecão, sem me importar muito com a beleza. Os padrões existem, mas eu não ligo.”

GEANINE MARQUES, 42 anos


Geanine saiu de Curitiba em 1993 e virou modelo por acaso – no ano seguinte, já desfilava para Alexandre Herchcovitch, de quem passou a ser musa. Considerada exótica, dispensa rótulos e acredita que a beleza está em todos. “Cada pessoa tem um quê, um encanto. Mesmo as pessoas consideradas feias, com certeza, trazem alguma coisa interessante.”


MAGÁ MOURA, 27 anos
 
 
Enquanto nove entre dez afrodescendentes sonham em alisar os cabelos, Magá faz de suas tranças rasta seu melhor acessório. Blogueira e embaixadora da Nike, ela transborda estilo em roupas e cabelos supercoloridos. “Não quero ser mais uma na multidão. Quero me destacar. Todo mundo me pergunta em quem eu me inspiro. Eu me inspiro em mim. Olho no espelho e penso: que nega gata! Sou minha maior motivação.”


VANESSA MENDES, 32 anos
 
 
Estilista e blogueira, a baiana é a perfeita tradução do mix cultural do Brasil: tem origem africana, portuguesa e indígena. De Porto Seguro, onde mora, ela cria uma moda que favorece seu biótipo, cheio de curvas. “Sofri bullying na infância. Mas hoje em dia sinto que ter uma beleza diferente do que o mundo da moda impõe é uma força.”