A pedagoga de uma escola em Siqueira Campos, Paraná, obrigou pelo menos 30 meninas do sexto e nono ano a tirarem as calças para descobrir quais delas estavam menstruadas. O motivo seria um absorvente sujo colado em uma das paredes do banheiro da instituição. Conforme denúncia de pais e mães, o objetivo da profissional era descobrir e punir a responsável pelo ato.
Quem se negasse a tirar a calça, seria advertida pela direção, como conta a mãe de uma das garotas, Marilu da Silva. A filha dela tem 15 anos: "A pedagoga falou dentro da sala que, se as meninas não tirassem a calça, iam assinar uma advertência e seriam levadas ao conselho. Quem não fizesse o procedimento seria dada como culpada".
O problema aconteceu na terça-feira (28). Na quarta-feira (29), famílias se reuniram com representantes do Conselho Tutelar, e na quinta-feira (30), durante um novo encontro, a denúncia foi oficializada. Porém o trauma continua.
"Minha filha não quer ir ao colégio nenhum dia", conta Marilu.
O conselheiro tutelar, Rodrigo Carvalho, acompanha o caso e explica que as alunas já foram ouvidas. Segundo ele, a pedagoga e uma professora também foram procuradas e admitiram que forçaram as meninas a tirarem as calças.
Rodrigo afirma que a pedagoga vai responder pela sua atitude: "O direito das crianças foram violados". A promotora da comarca de Siqueira Campos já tomou ciência do caso e os fatos serão apurados pelo Ministério Público e pelo Judiciário.
Na quarta-feira, representantes do colégio conversaram com as meninas envolvidas no caso. Eles disseram que a pedagoga seria expulsa do colégio e pediram para que as garotas assinassem uma ata, a qual impediria o afastamento da professora. "Acho que isso não é correto, porque foi um constrangimento e estamos indignadas", relata Marilu.