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sábado, 26 de dezembro de 2020

AGORA QUE PASSOU O NATAL, VOCÊ LEMBROU DO ANIVERSARIANTE?

 

Foi um Natal diferente. Um Natal onde a grande maioria ficou reclusa com sua família, no aconchego do lar, em pequenos núcleos, afim de evitar a propagação do Coronavirus Covid-19.

Mas, ficamos aqui com uma reflexão e uma pergunta: agora que passou o Natal, você lembrou do aniversariante?

Cantou parabéns para Ele? Agradeceu por ter superado este ano louco de pandemia?

Se não O fez, faça. Ainda dá tempo, aliás, agradecer e felicitar pela presença Dele em nossas vidas, deveria ser uma constante.

O nascimento de Jesus nos nossos corações

No livro O Evangelho por Dentro (Edições FEESP), capítulo: O Natal do Grande Mestre, o saudoso escritor e jornalista Paulo Alves Godoy faz interessante análise sobre o comportamento da Humanidade, nas comemorações do Natal de Jesus.

Essas comemorações ocorrem num misto de alegria e tristeza. A alegria ocorre, naturalmente, pelo fato da vinda de Jesus à Terra; e a tristeza, porque há uma  parcela da Humanidade que ignora o conteúdo da mensagem de Jesus. Alguns, por imaturidade espiritual.

Como diz a mensagem do Espírito de Verdade, no  item cinco do capítulo seis de O Evangelho segundo o Espiritismo (FEB):  “... No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede vendedores da impiedade.”

Por tudo isso, o “amai-vos uns aos outros” parece ter sido transformado no “armai-vos uns aos outros”. E o que vemos? Pessoas e até crianças indefesas sacrificadas em atentados sem sentido; o ódio campeando à solta; povos e nações vivendo num clima de terror; nações poderosas enchendo seus arsenais com armas que, quando acionadas, podem ceifar milhares de vidas.

Interessante registrar que já no século 19 Allan Kardec se posicionava sobre o assunto. À sua pergunta número 742 em O Livro dos Espíritos, sobre o que leva o homem à guerra, os Espíritos respondem que é a predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões. À pergunta 743: se a guerra desaparecerá um dia da face da Terra, a resposta é sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus. Aí então, todos os povos serão irmãos.

As mesmas causas da guerra podem ser aplicadas à violência e ao desamor.

Jesus previu todo este panorama. O Sermão Profético, assinalado no capítulo 24 do Evangelho de Mateus, registra o seu pronunciado nesse sentido, e que  tem plena atualidade. Foi quando ele demonstrou, de forma velada, toda a sua amargura pela incompreensão dos homens, diante da mensagem viva que viera trazer. 

Mas o rebanho que Jesus quer formar há de ser integrado pelos bons, pelos desprendidos, pelos verdadeiros pacificadores, pelos simples de coração; enfim, os que trabalham em favor do próximo, exercendo a verdadeira caridade, a caridade moral, que o item nove do capítulo 13 do Evangelho diz que consiste em suportarmo-nos uns aos outros, que é o que menos se faz neste mundo inferior, onde estamos encarnados.

Esse Reino de Paz vai chegar. Para tanto, é preciso que façamos a nossa parte, como no caso daquela ave que, diante de um grande incêndio na floresta, molhava as suas pequenas asas num lago e espalhava as gotinhas no incêndio, certa de que, mesmo não conseguindo apagá-lo, pelo menos estava fazendo a sua parte.

Se cada um fizer a sua parte, quem assim proceder terá a oportunidade de voltar ao Planeta numa próxima encarnação, para continuar a desenvolver o mesmo trabalho em torno do bem e em favor do próximo e, consequentemente, em favor do próprio Planeta, ao passo que os que espalham a violência serão exilados para mundos inferiores.

Como diz o item 27 do capítulo 18 do livro A Gênese, de Allan Kardec, para que os homens sejam felizes sobre a Terra, é necessário que ela seja povoada apenas por bons Espíritos, encarnados e desencarnados, que apenas queiram o bem.

Neste sentido, Pedro de Camargo (Vinícius) escreveu uma bela mensagem intitulada: Cristo nasceu? Onde? Quando?, registrada no livro Em Torno do Mestre (FEB), que fala admiravelmente do momento em que Jesus nasce no coração de cada um. É uma mensagem que, por certo, sensibiliza o íntimo, o coração, não só dos que estudam e exemplificam o Evangelho, e que na Parábola do Semeador (Mateus, 13: 1 a 23; Marcos, 4: 1 a 20 e Lucas, 8: 4 a 15) representam as sementes que caem em terreno fértil, fortificam e produzem a cem, a sessenta e a trinta por um, mas também dos que sentem que precisam despertar para as Verdades Eternas.

Cristo nasceu? Onde? Quando?

A salvação não está numa finalidade a que se convencionou denominar céu ou paraíso: está, sim, na perpétua renovação da vida para a frente e para o alto. Avançar, como disse São Paulo, de glória em glória, tal é, em síntese, o trabalho e o plano da redenção. Jesus é a força viva que, uma vez encarnada no homem, determina a sua constante transformação.

"O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua glória como de unigênito do Pai. Mas a todos os que o receberam, aos que creem em seu nome, deu ele o direito de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus."

A prerrogativa de unigênito do Pai, Jesus a torna extensiva a todos os que de boa vontade o receberem. E assim se opera o seu natalício no coração do pecador.

O menino que Maria enfaixou, deitando-o, em seguida, numa manjedoura, é a figura desse Jesus que é força, que é poder, que é vida e verdade, atuando no interior do homem.

Invoquemos, em abono de nossa asserção, o testemunho de algumas personagens que figuram na esfera cristã como astros de primeira grandeza.

Perguntemos a Paulo - onde e quando Jesus nasceu? Ele nos dirá: Foi na estrada de Damasco, quando eu, então intolerante e fanatizado por uma causa inglória, me vi envolvido na sua divina luz. Dali por diante - "já não sou eu mais quem vive, mas o Cristo é que vive em mim".

Indaguemos de Madalena onde e quando nasceu Jesus. Ela nos informará: Jesus nasceu em Betânia, certa vez em que sua voz, ungida de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova, com a qual, até então, jamais sonhara.

Ouçamos o depoimento de Pedro, sobre a natividade do Senhor, e ele assim se pronunciará: Jesus nasceu no átrio do paço de Pilatos, no momento em que o galo, cantando pela terceira vez, acordou minha consciência para a verdadeira vida. Daí por diante, nunca mais vacilei diante dos potentados do século, quando me era dado defender a Justiça e proclamar a verdade, pois a força e o poder do Cristo constituíram elementos integrantes de meu próprio ser.

Chamemos à baila João Evangelista e peçamos nos diga o que sabe acerca do natal do Messias, e ele nos dirá: Jesus nasceu no dia em que meu entendimento, iluminado pela sua divina graça, me fez saber que Deus é amor.

Dirijamo-nos a Zaqueu, o publicano, e eis o seu testemunho: Jesus nasceu em Jericó, numa esplêndida manhã de sol, quando eu, ansioso por conhecê-lo, subi numa árvore, à beira do caminho por onde ele passava, contentando-me com o ver de longe. Eis que ele, amorável e bom, acena-me, dizendo: Zaqueu, desce, importa que me hospede contigo. Naquele dia entrou a salvação no meu lar.

Interpelemos Tomé, o incrédulo: Quando e onde nasceu o Mestre? Ele, por certo, retrucará: Jesus nasceu em Jerusalém, naquele dia memorável e inesquecível em que me foi dado testificar que a morte não tinha poder sobre o Filho de Deus. Só então compreendi o sentido de suas palavras: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida".

Apelemos, finalmente, para Dimas, o bom ladrão: Onde e quando Jesus nasceu? Ele nos informará: Jesus nasceu no topo do Calvário, precisamente quando a cegueira e a maldade humanas supunham aniquilá-lo para sempre; dali ele me dirigiu um olhar repassado de piedade e de ternura, que me fez esquecer todas as misérias deste mundo e antegozar as delícias do Paraíso. Desde logo, senti-o em mim e eu nele.

Tal foi o testemunho do passado - tal é o testemunho do presente, dado por todos os corações que, deixando de ser quais hospedarias de Belém, onde não havia lugar para o nascimento de Jesus, se transformaram, pela humildade, naquela manjedoura, que o amor engenhoso da mais pura e santa de todas as mães converteu no berço do Redentor do mundo.