Ministério
da Saúde disponibiliza 2ª dose da vacina contra HPV a partir de segunda-feira,
dia 1º
Meninas de 11 a 13 anos podem se proteger do câncer de colo de útero
O Ministério da Saúde comunica que a
segunda dose da vacina contra o HPV (papiloma vírus humano) começará a ser
oferecida no SUS e nas escolas públicas e privadas a partir de segunda-feira (1
de setembro). Assim como na primeira imunização, ocorrida há seis meses, terão
direito a ela todas as meninas de 11 a 13 anos.
Se a sua filha fez 11 anos
recentemente ou completará até dezembro, ela pode comparecer até o fim do ano
aos postos e receber a primeira dose. O esquema é o mesmo utilizado em países
como Argentina e Suíça: intervalo de seis meses para a segunda vacina e de 5
anos para o reforço, prolongando a proteção. "Sem a segunda dose, não há
imunização", reforça Arthur Chiori, ministro da Saúde. "Nós vamos
mudar a história do câncer da mulher em nosso país."
Desde 10 de março até
junho, mais de 4,3 milhões de pessoas foram beneficiadas. Considerando os seis
meses, o Ministério da Saúde afirma que alcançou 87,5% do grupo-alvo. Em 2015,
o público será ampliado e garotas de 9 e 11 anos também serão contempladas pela
vacinação. A partir de 2016, a ação ficará restrita às de 9 anos. O objetivo é imunizar
80% do total de 5,2 milhões de meninas de 9 a 15 anos no país até 2016. Além de
proteger contra o câncer de colo de útero, essa imunização também impede o
aparecimento de verrugas no ânus e na genitália.
Aproximadamente 15 milhões de vacinas
serão distribuídas. Segundo o Ministério da Saúde, quando se aproximar a data
de tomar a segunda e a terceira doses, a menina receberá uma carta, informando
o endereço do posto de saúde onde será vacinada – isso será possível graças a
um sistema que armazena dados como nome, endereço e telefone de cada uma.
Até 2018, de acordo com o
Ministério da Saúde, o Brasil já terá capacidade de produzir a vacina contra o
HPV. A empresa alemã Merck fará a transferência de tecnologia nesse intervalo
para o Instituto Butantan.
Sobre o HPV
O vírus do papiloma humano é responsável por cerca de 90% dos
casos de câncer do colo de útero, o segundo tipo de câncer mais frequente em
mulheres. Ele é transmitido por meio do contato sexual. Estima-se que mais de
290 milhões de mulheres no mundo sejam portadoras do HPV. No Brasil, cerca de
685 mil pessoas são infectadas pelo vírus a cada ano e 4.800 mulheres morrem em
decorrência da doença.
A idade mínima para tomar a primeira
dose foi definida a partir de pesquisas sobre o início da vida sexual das
adolescentes brasileiras. Atualmente, cerca de uma em cada cinco mulheres no
oitavo ano do ensino fundamental (13 ou 14 anos) afirma já ter feito sexo, de
acordo com dados do Ministério. As evidências científicas mostram que a
imunização é mais eficaz quando introduzida antes do início da atividade
sexual.
Por ser tratar de um vírus
relacionado à atividade sexual, o Ministério quer evitar que se construam tabus
em torno do problema. Por isso, será preciso deixar claro que a vacina não
eliminará a necessidade de uso da camisinha durante as relações sexuais, já que
não protege de todos os subtipos do HPV nem de outras doenças sexualmente
transmissíveis. O teste de Papanicolau também não deve ser esquecido. A longo
prazo, o governo avaliará o impacto da vacina, medindo a incidência do câncer
de colo de útero e o índice de mortalidade da doença.