Beatriz Cruz
O chocolate ganhou
um concorrente à altura. Com cor, consistência e sabor bem parecidos, a estrela
da vez é a ALFARROBA, uma leguminosa de onde é extraído o pó que substitui o
cacau. Sem lactose, cafeína, glúten e nem açúcar, o chocolate de alfarroba caiu
no gosto da geração saúde e vem conquistando cada vez mais adeptos por ser uma
alternativa saudável.
Extraída da polpa
de uma vagem, de cor marron-escura e sabor adocicado, a alfarroba entrou com
força no merado brasileiro. Por trás da inovação está a história de um
engenheiro que, aficcionado por chocolate, precisou se submeter a uma dieta
alimentar rígida. Hoje, o empresário Carmine Giunti comanda a única fabricante
do produto neste formato no Brasil; a Carob House, em Curitiba.
Carmine estudou a
fundo as propriedades nutricionais do fruto da alfarrobeira, uma árvore nativa
do mediterrâneo. O seu desafio era desenvolver um produto que atendesse a um
nicho de mercado específico: diabéticos, alérgicos à lactose, teobromina e
outros estimulantes que compõem o cacau. Ele conseguiu. E, de quebra, tirou a
culpa de quem não consegue dispensar um bombom.
Diretora executiva
da empresa e mulher de Carmine, Eloísa Orlando conta que ela e o marido
conheceram a alfarroba na ´decada de 90, quando moravam no Canadá. Pra chegar À
receita atual forma necessários cinco anos de pesquisa, com mais de cem
degustadores voluntários. No início, os que consumiam chegavam ao produto por
indicações médicas.
“A nossa intenção
era desenvolver algo muito próximo ao chocolate, mas que não fosse prejudicial
à saúde. A alfarroba está livre de cafeína e teobromina, estimulantes que estão
presentes no cacau. Assim que inauguramos, nosso público era formado por
pacientes de nutricionistas: pessoas com dieta alimentar rígida e
fisiculturistas. Depois, somaram-se os vegetarianos e, agora, a população em
geral, que ganhou uma alternativa menos calórica e bem mais saudável que o
chocolate”, afirma.
Além das barrinhas
tradicionais, há opções da alfarroba com flocos de arroz, castanha de caju, em
pó, em gotas, com creme de avelã, na versão recheada com coco – apontada por
lojistas como líder nas vendas – com damasco e até ovos de páscoa.
Dono de uma loja de
produtos naturais, Anderson Rocha vem notando crescente procura pelo produto.
Para ele, os fabricantes de chocolates diet são os mais afetados com a
concorrência. “O pessoal que sai das
academias vem direto na alfarroba. Quem comprava o chocolate diet, agora está
optando por essa barrinha, principalmente as mulheres, que gostam muito do
doce, mas ficam preocupadas com o peso”, revela.
Apesar da fama
saudável da alfarroba, a nutricionista Sueli Gama faz um alerta para os
chocolatras que andam animados com a novidade: “A alfarroba tem menos gordura
que o cacau. Mas a questão é que não estamos falando do alimento IN NATURA e,
sim, de produtos industrializados. É preciso ficar altento às misturas feitas
para atingir certa textura, aroma e sabor. Na tentativa de inovar, os
fabricantes acabam adicionando conservantes e outras substâncias químicas que
acabam afetando os valores nutricionais”, enfatiza.