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sábado, 4 de julho de 2020

Depois de 6 anos e várias paralisações, Prefeitura reabre Casa de Cultura completamente restaurada

O prefeito Fabiano Horta faz foto da nova Casa de Culturar
Completamente restaurada, a Casa de Cultura de Maricá, um dos poucos e o mais relevante patrimônio histórico do município,  localizada na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro, foi entregue a população na sexta-feira (03/07). Durante a cerimônia o prefeito de Maricá, Fabiano Horta, anunciou que em breve a cidade ganhará mais um importante equipamento cultural, um teatro popular (o também revitalizado, Cine Teatro Henfil).

Para Fabiano Horta, a Casa de Cultura é um espaço que possui valor afetivo na alma do maricaense. “Esse é um lugar de orgulho, de apossamento coletivo, de memória e de história de uma cidade. Aqui é onde a Maricá aconteceu e essa Maricá que aconteceu precisa estar viva na lembrança da construção da Maricá que está surgindo. Fazer uma entrega como essa é um ato único, onde às vezes nos desapossamos da capacidade de perceber aquilo que precedeu a reabertura da Casa de Cultura. Toda a dimensão de restauração que ela possui foi a base de muito trabalho, engajamento e dedicação de toda a nossa equipe da Cultura”, destacou´o prefeito.


Várias foram as paralisações desde que em 2014, a CEF liberou na época cerca de R$ 500 mil reais para a reforma da Casa de Cultura, ainda no segundo governo de Washington Siqueira. As obras então orçadas em R$ 569 mil, começaram em 01/07/2014, com previsão de término em 30/04/2015. Dois outros aditivos da CEF em valores semelhantes chegaram para a obra que se arrastou e só tomou rumo no terceiro ano do governo de Fabiano Horta com mais uma boa injeção de verba pública, e aporte do INEPAC, onde finalmente conseguiu concluir as obras e entregar totalmente remodelada a Casa de Cultura de Maricá, único prédio histórico do centro da cidade (sem contar a igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo), que já abrigou a cadeia municipal, sede da prefeitura, Câmara de Vereadores e a primeira agência do Banco do Brasil em Maricá.


“Maricá é uma cidade que se transforma socialmente e economicamente e, que se expande em dezenas de linhas geográficas novas, com o crescimento de novos bairros, crescimento de toda a região litorânea, mas que, esse lugar aqui, esse eixo central que é a Casa de Cultura, precisa ser preservado como um grande centro histórico e cultural e será”, disse o prefeito. “Além da Casa de Cultura, temos neste aqui, aparelhos culturais diversos, como o Cine Teatro Henfil, do ponto de vista religioso a igreja Matriz, em alguns meses a praça que está em processo de reforma e, o projeto da construção de um teatro popular aqui mesmo na região”, anunciou Fabiano.


O prefeito frisou ainda que a reabertura da Casa de Cultura vai conversar com toda natureza lógica do período que estamos vivendo. “Toda dinâmica estabelecida na Casa de Cultura vai guardar uma relação protetiva com a vida em relação a pandemia da Covid-19. Vai guardar um ciclo de abertura e de possibilidades muito razoável e lógico de abertura gradual que nós vamos fazer ao longo do ano”, explicou.


No espaço, uma construção colonial de 180 anos que é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e que ao longo da sua história já foi cadeia pública, sede da Prefeitura e da Câmara Municipal, funcionará o Museu Histórico de Maricá, além de muitos outros projetos da Secretaria de Cultura como, por exemplo, exposições, apresentações e festivais de música, dança, poesia, e outras expressões artísticas e culturais de artista locais e de fora da cidade.


“A Casa de Cultura é plural e a poesia como mãe das artes é fundamental porque a verdadeira poesia é abrir este espaço para população de Maricá. Principalmente para os trabalhadores, os lumpesinatos, os campesinatos, os excluídos do processo da cultura. Não tenho dúvidas de que a nossa grande bandeira será a revolução cultural da cidade que não é para já, mas sim para a vida inteira”, afirmou Sady Bianchin, secretário de Cultura.


Sady lembrou que apenas 4% dos municípios brasileiros possuem três ou mais equipamentos públicos de cultura em seus territórios e que Maricá com o Cineteatro Henfil, as Lonas Culturais e agora a reabertura da Casa de Cultura está dentro deste privilegiado grupo.

“A pior privatização é a privatização da cultura e historicamente no Brasil, por consequência da exclusão social, isso é muito perverso. Enquanto a política federal trabalha fechando o Ministério da Cultura, nós em Maricá estamos abrindo aquilo que talvez seja uma dicotomia já que essa casa surgiu como espaço de falta de liberdade, de aprisionamento e hoje a Prefeitura de Maricá está abrindo as celas para arte que é a liberdade de criação e que representa o maior exercício de cidadania que o povo pode ter”, avaliou o secretário.

Todo o processo de restauração foi feito a partir do estudo do restaurador Alexandre Shiachticas, que enfrentou muitos desafios.


“Tivemos uma dificuldade muito grande durante a restauração da Casa de Cultura de Maricá devido as inúmeras interferências encontradas no prédio como, por exemplo, a substituição de elementos por materiais originais na construção. Fizemos ainda a decapagem do chão que estava com concreto e ardósia,  fabricamos as lajotas, uma por uma, assim como também fizemos as fechaduras, além do madeiramento, então o prédio hoje se encontra 99% original se comparado com a época em que ele foi construído e isso se dá devido a instalação do elevador que servirá a visitantes cadeirantes ou com dificuldades de mobilidade e que antes não existia. Considero que o trabalho de restauração ficou excelente, de primeira qualidade”, avaliou Alexandre.


“Embora tenhamos tido dificuldades vale ressaltar que tudo transcorreu sem nenhum acidente e dentro de todos os padrões de segurança o que permitiu uma restauração perfeita”, completou a restauradora Rosaura  Shiachticas.

Também compareceram a solenidade o vice-prefeito de Maricá, Marcos Ribeiro; o professor e historiador, Cesar Brum; o subsecretário de Cultura e Turismo de Itaboraí e presidente do Instituto Histórico e Geografico Itaborahyense, Deivid Antunes da Silva Pacheco e o diretor do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, Claudio Prado de Mello.