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sábado, 6 de dezembro de 2014

Obesos perdem até 8 anos da expectativa de vida, diz estudo

Relatório da Universidade de Montreal usou um modelo de computador para mapear riscos e calcular o impacto do peso sobre a expectativa de vida em diferentes idades


A obesidade mórbida pode cortar em até oito anos a expectativa de vida de uma pessoa e causar décadas de problemas de saúde, diz um estudo canadense. O mesmo relatório também observou que ser obeso na juventude pode ter consequências ainda mais graves sobre a saúde e a expectativa de vida.

Os cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, dizem que problemas cardíacos e diabetes tipo 2 eram as principais causas de complicações de saúde e morte nos casos analisados.
Segundo os especialistas, as pessoas são freqüentemente "ignorantes" sobre as consequências da obesidade. Os problemas de saúde causados pela obesidade, porém, são bem conhecidos.
O relatório, publicado no Lancet Diabetes e Endocrinology, usou um modelo de computador para mapear riscos e calcular o impacto do peso sobre a expectativa de vida em diferentes idades.
Na comparação com pessoas entre 20 a 39 anos de idade com um peso saudável, obesos da mesma faixa etária perdem 8,4 anos de vida, se homens, e 6,1, quando mulheres.
No caso dos homens, eles ainda viveram pelo menos 18,8 anos com a saúde debilitada - no das mulheres, foram mais 19,1 nessa condição.
Considerando-se um grupo de idade dos 40 aos 50 anos, os homens obesos perderam 3,7 anos e as mulheres 5,3 anos de expectativa de vida.
Homens e mulheres que se tornam obesos em seus 60 e 70 anos de idade perdem um ano de vida - mas enfrentam pelo menos 7 de saúde precária.
'Padrão claro'
"Nosso estudo mostra que a obesidade está associada a um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo doença cardíaca e acidente vascular cerebral, e diabetes, que, em média, reduzem drasticamente a expectativa de vida de um indivíduo", disse o professor Steven Grover, da Universidade de Montreal.
"O padrão é claro. Quanto mais um indivíduo pesa e quanto mais jovem é, maior o efeito sobre a sua saúde, pois eles têm muitos anos pela frente durante os quais o aumento dos riscos de saúde associados à obesidade podem impactar negativamente suas vidas", complementou.
Em resposta às conclusões, Barbara Dinsdale, da organização Heart Research UK, disse: "Quantos mais alertas como estes precisamos? Esta pesquisa mais uma vez afirma a mensagem clara de que, tornando-se obeso, você não só perderá anos de vida como tornará em 'anos perdidos' os que restam, já que sua saúde estará em más condições e não será possível levar uma vida feliz, ativa e produtiva".
Tam Fry, do Fórum Nacional de Obesidade do Reino Unido, disse: "As pessoas insistem em pensar que a gordura é apenas gordura e são ignorantes quanto às muitas doenças que um índice de massa corporal elevado dispara".
"Se eles soubessem que podem perder uma perna ou ficar cegas por conta da diabetes, ou ainda desenvolver complicações que ameaçam a vida, tenho certeza que eles iriam pensar duas vezes antes de acumularem quilos", completou.

Exercício ajuda obeso a comer menos

Pesquisa brasileira mostra que atividade aumenta sensação de saciedade e diminui consumo calórico em até 30%


A equação “dieta + exercício físico = eliminação de quilos” ganhou mais uma comprovação científica.
Uma pesquisa feita na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou, pela primeira vez, que as atividades com o corpo humano aumentam a sensação de saciedade e, naturalmente, diminuem o consumo calórico em situação de obesidade.
Os achados foram tão importantes – e tão inéditos – que as conclusões do ensaio científico está publicada nesta terça-feira, dia 24, na PLOs Biology, revista mais importante do meio acadêmico sobre os assuntos. O Delasconversou com o autor da pesquisa, Eduardo Rochete Rapelle, que é formado em Educação Física, pós doutorando da Unicamp e pesquisador do Instituto Nacional de Obesidade e Diabetes. Veja os trechos da entrevista:
Delas: Os exercícios físicos sempre foram apontados como fórmula chave para emagrecer. O que foi comprovado agora?
Rapelle: Começamos a pesquisar a relação entre exercícios físicos e controle da ingestão alimentar em 2006. Os nossos estudos foram feitos em ratos e camundongos e os resultados mostram que em animais obesos há uma relação muito importante, que não havia sido publicada antes. Não é novidade para ninguém saber que a atividade física aumenta o gasto calórico. O que percebemos em nossas análises é que os benefícios vão além: os exercícios aumentam a sensação de saciedade.

Delas: Mas esses resultados são válidos só para obesos?
Rapelle: Sim. Nenhuma das nossas análises mostrou essa relação com animais magros. Os nossos testes laboratoriais mostraram que em obesos há um comprometimento cerebral que faz com que a produção do hormônio responsável pela saciedade fique comprometida. Nestes casos, o exercício físico recupera esta função cerebral e há um aumento da produção hormonal responsável por informar que o organismo está satisfeito.

Delas: Os animais obesos que fizeram exercícios passaram a comer menos, é isso?
Rapelle: Exatamente, o consumo calórico foi reduzido entre 25 e 30% após os exercícios. Isso é muito interessante porque as pessoas sempre imaginaram que uma das vantagens da prática de esportes é que elas poderão comer mais para compensar o que perderam. O trabalho mostra que um dos efeitos é diminuir a ingestão calórica.

Delas: As conclusões podem ser encaradas como mais um incentivo para as pessoas abandonarem o sedentarismo, certo?
Rapelle: Com certeza. Descobrimos que esta interferência cerebral que a obesidade provoca é inflamatória. O mecanismo de atuação dos exercícios físicos é exatamente como um antiinflamatório, capaz de atuar também quando há comprometimento da produção de insulina e o aparecimento do diabetes. Isso mostra que os exercícios são também influentes para melhorar os quadros diabéticos em obesos.