TECNOLOGIA
ESTÁ ROUBANDO A ATENÇÃO DE CASAIS PARA O SEXO
Uso excessivo de aparelhos
e redes sociais faz cair à freqüência sexual, diz estudo.
Na
era da tecnologia, smartphones, tabletes e notebooks estão ganhando status de
amantes e formando um triangulo amoroso com os casais. Pelo menos, esta parece
ser a situação no Reino Unido, onde um estudo com 15 mil entrevistados concluiu
que a freqüência média de sexo é de menos de cinco vezes por mês. Os
pesquisadores atribuíram à culpa do numero baixo à vida moderna: cada vez mais,
pessoas levam aparelhos tecnológicos para o quarto para acessar e-mails e redes
sociais e deixam de lado o que realmente interessa em um relacionamento.
No
Brasil, o dado mais recente sobre média de relações sexuais é de três vezes por
semana. Embora não haja estudos no país relacionando tecnologias ao
comportamento dos casais, o terapeuta sexual Arnaldo Risman acredita que o
fenômeno comprovado no Reino Unido também já ocorre por aqui.
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A necessidade de ficar conectado 24 horas por dia diminui a intimidade entre o
casal. Não é nem falta de romantismo, mas uma questão fisiológica, porque
existe uma dificuldade de desvinculação mental. Para o cérebro focar na relação
sexual, ele precisa se desligar das outras obrigações – opina Risman.
A psicóloga
e sexóloga Carla Cecarello, coordenadora do Projeto AmbSex, concorda.
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Já recebo alguns pacientes com essa queixa. Facebook é uma praga, a pessoa
entra e não quer sair mais. Isso rouba a atenção que poderia ir para o parceiro
– diz a especialista, que ouve mais reclamações de homens preteridos em relação
às mulheres.
Além
da queda da freqüência sexual, o exagero no uso de tecnologias implica perda na
comunicação entre o casal, o que pode ser um pontapé inicial até para uma
separação.
Mais sintoma do que causa
de problemas
Para
Carla Cecarello, a intromissão de equipamentos tecnológicos e redes sociais na
vida a dois é mais um sintoma do que causa de problemas.
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Em geral, a pessoa alega que não tem a atenção do outro e, então, começa a se
distrair com este tipo de coisa. Ou seja, o casal já estava em conflito, que
passa a ficar em evidência com a situação – diz a psicóloga e sexóloga.
Quando
o distanciamento fica explicito, a saída é uma das partes tomar a iniciativa e
chamar o parceiro para uma conversa franca. Identificar divergências e tentar encontrar
uma proposta diferente para o relacionamento devem estar no roteiro do
bate-papo.
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Quando o uso das tecnologias se torna um vício, um precisa ajudar o outro a
procurar ajuda profissional em busca de uma solução – orienta Carla Cecarello.
O
psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos, também
acredita que o uso das tecnologias em excesso apenas reflete problemas já
existentes na relação.
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Só não acho justo colocar estes mecanismos, que podem nos ser muito úteis, como
bode expiatório. Claro que eles demonstram desinteresse, seja do homem ou da
mulher, mas isso poderia ser representado por um livro, um filme ou uma novela.
A questão é que, hoje, os meios tecnológicos são a bola da vez. Essa
culpabilização é absurda – critica Almeida.