Muitos de nós vivemos a ditadura militar, a repressão, a falta de liberdade de expressão.
Muitos de nós perdemos irmãos e amigos. Nem por isso, nos subjugamos. Nem por isso, desistimos da luta pela liberdade, pelos direitos à vida e à livre associação.
O AI-5 foi derrubado no final da década de 80. No entanto, em Maricá parece que ainda se faz presente nas ações da atual secretaria de Educação. Um governo que se diz do povo, ameaça professores, alunos e diretores. Eu vi alunos serem ameaçados com falta e suspensão se viessem à Audiência Pública da Câmara sobre a Educação em Maricá, ainda que acompanhados pelo responsável. Eu vi servidores serem ameaçados de sanções se aderissem à Paralisação da Educação. Eu vi folhas a serem assinadas por servidores que aderissem à paralisação.
Meninos, eu vi.... vi a ditadura retornando em pleno século XXI. Senti a penalização pelo exercício da liberdade de expressão. Indignei-me ao ver a punição a servidores que não acatam a ordens esdrúxulas de alguém que nunca foi educador e que nada entende de educação.
A luta dos Educadores em Maricá não é só por salários, é, acima de tudo, por dignidade, por respeito. Não nos curvaremos ao descaso com o educando, não sucumbiremos ante ameaças ditatoriais, não nos calaremos ante a calamidade que se apossa da Educação em Maricá. Ninguém nem nada nos calará!
A luta continua. Queremos material didático para alunos e professores, queremos condições de trabalho para desenvolver uma educação de qualidade, queremos isonomia entre as classes de Educadores, queremos a supressão irregular do desconto do auxílio transporte, queremos concurso e não contratos fraudulentos, queremos eleição para Diretores de Escola, queremos transparência nas contas públicas, queremos negociar um aumento digno para todos os servidores da Educação. Queremos Justiça!
Não somos oposição ou situação, somos Educadores. Não somos capachos ou subversivos, somos trabalhadores. Não somos deste ou daquele partido político, somos seres políticos e professores. Não formamos adversários políticos, mas cidadãos de fato de direito, conscientes e conscientizados, capazes de transformar a sua realidade e a que os cerca. Acreditamos no valor do conhecimento e temos o compromisso de transformar a sociedade num coletivo mais justo e igualitário para todos.
A Educação é a saída para uma realidade mais democrática e equitativa.
Saudações proletárias.
Profª Fátima Mano
Historiadora, Gestora Ambiental e Perita Ambiental
