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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

HMS - COMO CRIAR UMA ESCOLA ACOLHEDORA

Como criar uma escola acolhedora

Professor Marlon Mencari Felix
Coordenador Pedagógico do Colégio HMS
Hoje em dia é assim: eu preciso, eu quero, eu vou. Cada vez mais a sociedade estimula crianças e adolescentes a terem atitudes individualistas, que passam bem longe da reflexão e da responsabilidade para com o próximo. O jovem só se sensibiliza quando se sente parte de um grupo – a família, a turma da escola, a sociedade - e entende que, em cada um deles, sua presença e sua contribuição são importantes. Como a escola proporciona isso? Oferecendo ao aluno o direito de ser ouvido e compreendido. Os professores que trabalham dessa maneira dão ao estudante caminhos para reconhecer seus sentimentos, desde pequeno. Daí até que ele se torne responsável por suas atitudes é um pulo.

Para que você crie esse ambiente acolhedor, é necessário entender o que é afetividade e por que ela é fundamental na formação de pessoas felizes, éticas e capazes de conviver com os outros e com o planeta.

É preciso estimular a criança a dizer o que sente. Imagine: se um aluno de 5 anos chegasse um dia dizendo que queria falar com a professora e emendasse: “Meus pais estão brigando muito. Acho que eles vão se separar e estou com medo. Por isso tenho batido nos meus colegas”. Absurdo! Crianças dessa idade dificilmente têm tal capacidade de expressão. Muito menos os adolescentes. Falar de sentimentos é difícil, principalmente na falta de um ambiente propício, que dê segurança e proteção suficiente para o filho/o aluno expor dores, medos e incertezas. Se o professor estimula a criança a expressar o que sente, logo vê mudanças significativas no seu comportamento. Ouvir é a melhor maneira de formar pessoas seguras e felizes.

Todo esse cuidado, que parece ir além das obrigações do professor com o conteúdo, reflete-se no rendimento do aluno. “É tarefa do professor ser justo e generoso com sua turma. Dar uma boa aula, por exemplo, é obrigação do professor. Mas se ele dedica à criança um pouco de seu tempo depois da aula, para atender a uma dificuldade, isso é generosidade. Além de sua conduta ser um exemplo, demonstra que se importa com o aluno.”

Bater papo sobre valores funciona mais do que sermão. Os estudantes precisam pensar sobre as próprias atitudes e reconhecer os sentimentos que movem suas ações. Quando eles fazem isso, surgem oportunidades de, na prática, construir valores positivos. No caso de um aluno mentir, por exemplo, o ideal é conversar reservadamente com ele questionando as consequências dessa atitude, de como os colegas vão agir ao descobrir a verdade. E se há furto na sala, o melhor é bater um papo, na hora, sobre valores importantes como honestidade, justiça e confiança. Construir valores não é escrever no quadro que temos que ser solidários ou que não podemos bater nos colegas. Isso se faz dando ao aluno a oportunidade de se colocar no lugar do outro e achar soluções alternativas para seus conflitos, sem lançar mão da agressão.

Acreditar no estudante é uma forma de ajudá-lo a crescer. O modo como os professores enxergam a criança é essencial para o sucesso da aprendizagem. Quando não a julgam e dela procuram se aproximar, acreditam nela, observam seu comportamento e incentivam suas capacidades, a consequência é o crescimento sadio.

Respeitar, ouvir e orientar funciona tanto quanto elogiar e acarinhar. Muitas vezes o afeto é demonstrado de forma contrária: quando o professor é severo. Se ele é justo e chama atenção de forma respeitosa, o aluno passa a admirá-lo e busca não decepcioná-lo. Aluno que recebe elogios da maneira certa tem a autoestima lá em cima. Mas é preciso perceber que a imagem que ele faz de si está diretamente relacionada aos valores que carrega.

É importante que a equipe pedagógica oriente os professores para todas essas questões. Que se reúnam pelo menos uma vez por mês para discutir e buscar soluções acerca dos problemas que surjam na sala de aula e trabalhem, também, para criar estratégias que tornem as aulas mais atrativas.

Um fato interessante ocorreu, certa vez, numa reunião de pais da escola que coordeno (o Colégio HMS): estávamos trabalhando um texto que falava da importância da família no processo de ensino e aprendizagem, quando uma das mães levantou-se e falou: “Vocês só trabalham textos falando sobre a família, e por que não textos que falem do professor e da escola?” E eu respondi: “Este momento é para trabalhar a família e reforçar a parceria com a escola e orientá-los, porque muitos pais pedem nossa ajuda, pois não sabem como fazer o filho estudar. Mas existem textos que são trabalhados com os educadores com o objetivo de orientá-los no tocante à convivência com os alunos na sala de aula e na escola. E isso é feito nas reuniões semanais e todas as questões que envolvem os alunos e professores são discutidas e trabalhadas.” O HMS é uma escola que procura, além de tudo, reforçar os valores que são essenciais na formação do cidadão de bem. Que prepara sua equipe desde a portaria até os professores, pois todos que trabalham em uma escola são educadores, para fazer com que a criança e o adolescente se sintam felizes dentro dessa instituição de ensino.

E é por isso que muitos alunos de ontem são os pais de hoje. O fato de confiarem, ao Colégio HMS, seus filhos é sinal de que reconhecem ter sido eficaz a educação que no HMS receberam e da certeza da boa formação que a nova geração de alunos, em todos os quesitos, receberá.