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sábado, 10 de novembro de 2012

A PRESSA É INIMIGA DA REFEIÇÃO


A PRESSA É INIMIGA DA REFEIÇÃO.


A correria é grande .estamos vivendo na integra o ditado tempo é dinheiro e na hora do almoço então, acho que vai chegar o dia que não vão querer nem sentar para comer. 
Todo mundo a nossa volta está sendo dominado pela correria.
"Se não corrermos para pegar, nem chegamos ao serviço".
"Precisava correr porque a fila cresce a cada minuto que passa".
Essas são algumas justificativas para a correria nas ruas. Mas, de acordo com o médico Alessandro Loiola, as pessoas têm que mudar esse hábito.
"Elas têm que enxergar que essa correria não faz bem. Se você sabe que um ônibus sai à determinada hora e você tem tempo de sobra para chegar lá, por que vai andar apressado, sem conversar com ninguém, tomar o café estabanadamente? Ter velocidade é bom, mas até certo ponto. Algumas pessoas estão sendo dominadas pela pressa e o pior é que as pessoas nem percebem isso", alerta o médico.A gerente de benefícios, Vera Montani, e a assistente social, Lílian Alvez, não percebem. No escritório, elas têm pressa até para se acomodar. Olhar atento ao computador, capaz de processar milhões de informações por segundo. Rapidez no trabalho e na hora de folga. Nada de perder tempo com deslocamento. O restaurante fica na quadra ao lado e tem comida a quilo, pronta para servir. E, mesmo ali, a cabeça não pára!
"Eu sempre penso assim: 'Tenho que ser rápida porque preciso desse horário para fazer outras coisas. O horário do almoço não é só para o almoço", confessa Vera.
"Nós comemos rápido para termos mais tempo para fazer as outras coisas. Ir ao banco, por exemplo", justifica Lílian.

Exemplos típicos de quem trabalha, come fora de casa e quer velocidade nas refeições.
"Hoje você não escolhe a comida. Você escolhe o que vai comer em função do tempo que tem", conta a nutricionista Márcia Madeira.
A nutricionista, que se especializou em serviços de atendimento rápido, conhece bem o desejo dos apressados. Uma pesquisa feita com 1,5 mil clientes, em São Paulo, mostrou o que eles esperam de um restaurante na hora do almoço.
"Proximidade do trabalho, tempo de atendimento, forma de pagamento e somente em quatro lugar ele visualiza o tipo de comida. A pressa, conseqüentemente, colocou a alimentação em quarto lugar no foco", lamenta.
De acordo com Márcia Madeira, comer rápido faz mal.
"Primeiro porque você diminui o tempo de mastigação, que, conseqüentemente, prejudica a digestão. Você pode ter problemas de estômago, como dores e gastrite", explica.
"Mãe, pode deixar que vou comer mais devagar agora", brinca Lílian.
Estamos sempre correndo tanto, que no dia-a-dia não percebemos os sinais que o corpo nos dá. Além da gastrite - aquela queimação no estômago -, as dores nas costas e no pescoço também podem ser conseqüência da pressa.
"Eu senti todo o meu corpo paralisar. Não conseguia mover a cabeça e nem as costas", conta Lúcia Calazans, que trabalha como assistente social.
Ela sentiu o peso do ritmo de vida que vinha levando há anos. Acabou no consultório da fisioterapeuta Adalgisa Maiworm.
"O corpo não agüentou o meu ritmo. Eu estava muito envolvida com o meu trabalho, fazendo vários projetos completamente diferentes um do outro. Nem o sol eu via mais, pois chegava às 8h e saía às 19h, algumas vezes às 20h", relembra.
Foi muita pressão.
"Esse distúrbio muscular vem dessa coisa do acelerado que as pessoas estão. Então, quando o emocional fica muito comprometido, no sentido de ter que dar conta, de ter que concluir o trabalho, na verdade, ele acaba descarregando na musculatura", fala a fisioterapeuta.
Gerenciando um hospital, Lúcia não percebeu que seria ela a próxima paciente.
"Na verdade, eu já vinha sentindo uma dor lombar, a coluna dolorida", diz Lúcia.
Segundo Adalgisa Maiworm, em geral a dor pode causar perda de sensibilidade em algumas regiões, dormência e formigamento.
"A grande lição foi aprender a hora de parar", diz Lúcia.
Sinal de alerta para a pressa, que já é considerada um mal da modernidade. O homem descobriu que pode vencer o tempo e as distâncias. Hoje, uma pessoa pode acordar em Belo Horizonte e, em poucos minutos, estar no Rio de Janeiro. Afinal, o avião viaja a 300, 400, 800 quilômetros por hora. Então, por que não dar uma passadinha por São Paulo? E se quiser, ainda é possível terminar o dia, como num passe de mágica, em Porto Alegre. Imagine percorrer quase dois mil quilômetros em apenas um dia. Com a tecnologia, ganhamos velocidade, mas perdemos a paciência para simplesmente viver.
"Hoje em dia nós vivemos numa sociedade - eu me refiro à sociedade ocidental - onde o que atrai as pessoas é ter o computador mais rápido para enviar e receber mensagens, ter o carro mais veloz, mesmo que a gente não possa dirigir a mais de 100 quilômetros por hora. A nossa sociedade nos induz a um ritmo mais acelerado", opina a psicóloga Ana Maria Rossi.
A pesquisadora fala deste sentimento cada vez mais comum: a ilusão de que temos a resistência e a velocidade das máquinas.
até a próxima e bom apetite. 
Veja também a matéria A PRESSA acessando http://culturarteen.blogspot.com.br/2012/11/a-pressa.html