Há muito tempo lutamos por igualdade e somos maioria nas sociedades. Hoje temos mais recursos, estamos mais confiantes, mas não podemos nos aquietar, pois está longe a garantia dos direitos. Ainda temos muito porque lutar. Estudamos mais, estamos mais preparadas para ocupar cargos de chefia (antes somente para “eles”) e ainda temos que provar, de forma desleal e obscena, que somos capazes.
Mesmo que donas-de-casa ainda trabalhamos mesmo sem reconhecimento, além das que tem dois turnos, isto é, trabalham fora e ainda realizam os serviços domésticos. Mesmo assim, ainda arranjam tempo para investir nas carreiras e nos estudos, sem descuidar da aparência, da casa e dos filhos. Isto tudo sempre preocupada em zelar pela imagem, nome, profissionalismo, pois ainda é na forma que tange ao sexo ou sexualidade que o mundo machista ainda enxerga as mulheres, imputando esta condição à concorrência de vaga, assim como ainda são remuneradas para mesma função de um homem com salários inferiores aos deles.
Passando dos 40% o percentual de mulheres no comando familiar, estão deixando de ser somente dona-de-casa para também serem a dona da casa! E, tudo isto sem perder a feminilidade! Por mais de 50 anos continuamos a lutar pela igualdade legal de direitos e status social entre homens e mulheres, de todas as raças, religiões e etc. Apesar das grandes conquista feministas já estarem estabelecidas, ainda não podemos dizer que é uma conquista mundial, até mesmo regional, em alguns locais (Países, Estados, Municípios) a cultura machista impede quase que completamente a liberdade e a igualdade feminina.
Em todo o segmento político, existe um de perfil de gênero e nele incluo os homossexuais. Garantindo a participação destas “minorias” (relembro, as mulheres são a maioria, mas não lhes são concedidas as mesmas oportunidades) contra o preconceito social de sua classe. Ainda questionamos o sistema político em todos os temas relacionados, como a política: social, econômica, educação, jurídica, familiar, entre outras. Não somos propriedades de ninguém e de nada, somos responsáveis pelos nossos atos e palavras e assim buscamos mais reconhecimento através da legitimação disto, não mais em leis, mas sim na rotina, que isto se incorpore nas mentes de todos.
Desde 1792, as mulheres buscavam e ainda buscam a mesma oportunidade que os homens, apesar de serem a maioria inclusive nas universidades, ainda não tem equidade no trabalho, assim como é visível a discriminação nas oportunidades políticas, que mesmo com a lei de cotas para isto, só servem, em sua grande maioria, como atender ao mínimo obrigatório de chapa... Então serve “qualquer uma”, principalmente que não seja pessoa ativa, e sim que acate calada todas as proposições.
E neste sentido, venho dizer que muito pior que a violência física á mulher, é a violência moral a que somos reféns em tempo integral ou em qualquer campo de trabalho que escolheu para exercer. Na política ainda existe esta opressão, e principalmente fora das capitais, onde estes se garantem imputando uma inferioridade intelectual e de liderança á mulher, mesmo quando é visível o deflagre popular de uma ideologia social renovada que vislumbra “ela” como o foco de uma nova política, sem vícios e determinada na vitória. Notando esta competência nata ao ser feminino, o mundo masculino tenta com todas as forças cercear a liberdade de conquista, pensando que se garantirão no futuro, ao eliminar o inimigo.
Mas hoje, nem todas as mulheres se calam na violência, buscam ajuda. Ainda temos sim, preconceitos que nos imputam na tentativa de nos fazer desistir de lutar, desestabilizar-nos de ir contra o sistema ora instalado, até porque o poder financeiro não está com elas. Uma coisa é certa: a certeza da impunidade contribui para a ascensão dos agressores, assim como a banalização de todas as formas de violência e o descrédito na Justiça em relação ás mulheres.
A diferença está justamente em não nos calarmos, não aceitarmos tudo e não permitir a continuidade da violência e o assédio. Não podemos sentir vergonha por sofrermos uma violência, pois é com esta reação que outros contam para permanecerem impunes, devemos reagir sempre! Devemos atribuir a vergonha á quem realmente tem que sentir, aos que cometem atos violentos e impróprios.
As formas masculinas de representação estão desgastadas e novas formas criativas precisam ser implantadas. Neste sentido de empreendedorismo e na forma de enfrentar os desafios, as mulheres são os agentes inovadores neste cenário principalmente socioeconômico. Geralmente atribuindo os valores pela característica na defesa das causas de forma justa nos ambientes de trabalho e comunitários. Utilizam com naturalidade a democracia em seu fundamento primário para liderar.
Por esta razão as mulheres em todo o mundo ascendem e encerram o fim da era especulativa e antiética, pois contraria o fundamento da cultura feminina. Este é um caminho inevitável de toda a sociedade, precisamos humanizar esta relação, e somente assim será possível seguir adiante e ultrapassar mais uma etapa evolutiva. Quando nós mulheres atingimos a liderança, acontece por nossa capacidade de inovar, na busca da sustentabilidade. Além de termos um compromisso pelo zelo dos valores comuns e coletivos por natureza. Por estas razões é que as mulheres devem conquistar seus espaços, já que ainda são minoria na condução da vida política.
Hoje ser mulher é muito mais do que lavar, cozinhar e passar, representamos um futuro a ser conquistado a ferro e fogo, mas não podemos retroceder nem um milímetro sequer se desejamos firmemente mudar o rumo da história. Para isso é necessário que tomemos as rédeas de nossas vidas e as utilizemos de forma a atingir os objetivos a que nos propomos. Muito mais do que apenas um dia internacional em nosso nome, devemos pensar que todos os dias quando acordamos e levantamos já estamos dispostas a incursar no campo de batalha com as armas em punho, e como em qualquer guerra que queremos vencer, não fazemos prisioneiros.
Com isso quero dizer que acima de tudo “Hay Que Endurecer, Pero Sin Perder La Ternura Jamás!” e por mais que já tenhamos ouvido esta expressão inúmeras vezes, temos que entender o verdadeiro significado de que podemos ser tão fortes como o aço sem precisar perder o brilho que nos é inerente. Todas as criaturas tem luz própria, porém poucas conseguem fazer de suas luzes um farol para o mundo e um caminho imaginário a ser seguido. Parabéns a todas as mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, que queriam ou não, são todos os dias em que nos fazemos presentes nos ambientes aos quais adentramos.
Ana Paula de Carvalho
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