ATENÇÃO: AS MATÉRIAS POSTADAS NO CULTURARTEEN ATÉ 21 DE SETEMBRO DE 2019, PODEM SER ACESSADAS ATRAVÉS DO ENDEREÇO:
EM RESPEITO E CUIDADO AOS NOSSOS LEITORES, PARA EVITAR O MANUSEIO EXCESSIVO DA VERSÃO IMPRESSA DO INFORMATIVO CULTURARTEEN, TEMPORARIAMENTE ESTAREMOS CIRCULANDO APENAS NA VERSÃO ON LINE E NA REVISTA ELETRÔNICA.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Procura por cirurgia plástica aumenta no isolamento social

Altina Pimentel e a Cirurgiã Plástica Karen Heizer.



 Que muita gente andou aproveitando a quarentena para estudar, entrar em forma, aprender a cozinhar e redecorar a casa, a gente já sabe. Mas agora, depois que foi autorizada pelos órgãos competentes, a busca por cirurgia plástica tem lotado consultórios médicos em todo mundo. Isso por que, durante os meses em precisou ficar parado, o procedimento cirúrgico acumulou uma demanda de procura, além disso, a possibilidade de trabalhar em casa e as dificuldades para viajar, proporcionam tempo para recuperação, discrição e economia de dinheiro. Somados, esses fatores acabaram criando o momento ideal para os que querem investir na beleza. E antes que alguém pergunte, especialistas garantem que todas as precauções em relação a Covid-19 estão sendo tomadas nestes casos.

Durante a quarentena houve a diminuição de procedimentos já que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomendou aos médicos associados a suspensão de atendimentos presenciais e cirurgias eletivas. Muitos cirurgiões plásticos, inclusive, foram trabalhar na linha de frente no combate ao coronavírus. Além disso, havia a necessidade para liberação de leitos nos hospitais, não podendo ser utilizados para outros fins que não a pacientes infectados pelo coronavírus. Mas passado esse período, a orientação aos médicos foi que seguissem as orientações dos Conselhos Regionais de Medicina e autoridades sanitárias locais, então, em alguns estados as cirurgias puderam voltar a ser feitas.

Houve aumento das cirurgias plásticas na maioria dos hospitais do Rio de Janeiro e também em todo mundo. Provavelmente por uma demanda reprimida, afirma o cirurgião plástico Tiago M. Lyrio. Segundo ele, a mídia internacional tem chamado esse fenômeno de ‘Zoom Boom’, apoiada por estatísticas que comprovam um aumentos do agendamento de cirurgias plásticas e procedimentos estéticos, principalmente na face e no nariz.

“Tenho percebido uma preocupação maior por parte de todos em se proteger e seguir as orientações de forma adequada para que tudo ocorra bem. Temos protocolos criados pelos hospitais para isso. Acredito que as pessoas devem fazer o que as fazem se sentir bem. Qualquer atividade ou evento que promova e melhore a saúde mental e física é recomendado. Se para uma pessoa realizar uma rinoplastia vai trazer esse benefício é recomendado, mas é importante que o momento pessoal, financeiro e profissional seja favorável para isso”, pontua o Tiago.

Poder trabalhar em casa foi o fator decisivo para que a executiva comercial Aída Failaz, de 43 anos, realizasse a cirurgia estética que desejava. “Sou mãe de dois filhos, e após amamentação tive a vontade de fazer correções na mama, levantar e aumentar, mas por conta da correria do dia a dia, nunca tive tempo. Na pandemia pude pensar nisso. Operei na sexta a tarde e segunda voltei a trabalhar normal, pois não precisei me deslocar. Não senti nenhum receio por conta da pandemia, pois tomamos todos os cuidados. Fiz exames pré -operatório, inclusive o teste para o covid-19. Na internação fizeram todos os procedimentos de segurança, sem direito a visita, para tornar o processo seguro de fato. Valeu muito a pena, pois realizei meu sonho, sem deixar a desejar no meu trabalho e com isso tive uma excelente recuperação”, comemora Aída.

Tanto consultórios médicos quanto clínicas e hospitais estão muito empenhados em manter fluxos capazes de separar os pacientes sem suspeita daqueles que apresentam sinais da Covid-19. De acordo com cirurgião plástico Richard Robadey, neste momento, o paciente operado não deve receber visitas e um menor número de pessoas envolvidas na ajuda de sua recuperação tem sido requerido.

“Todos estamos sempre envolvidos com eventos, compromissos que, de algum modo, coloca-nos diante de constante interação. Se o isolamento permite uma diminuição dessa interação, acredito que muitos pacientes viram aí a oportunidade ideal. Em outras épocas, apesar do desejo de se submeter a tais tratamentos, essas mesmas pessoas estavam expostas na rua, no trabalho, ou até em família. Agora, talvez se sintam livres do julgamento alheio ou da necessidade de ter que dar satisfação. As viagens estão menos disponíveis, em muitos casos o trabalho pode ser feito de casa, as crianças não precisam ser levadas à escola e tarefas com menos mobilidade são exigidas. Mas vale lembrar que, pelo fato de a Covid-19 ser assintomática ou pouco sintomática, qualquer pessoa com doença suspeita ou confirmada é imediatamente impedida de ser operada”, ressalta Richard. 

Altina após cinco meses da intervenção cirúrgica

Acostumada com o ambiente hospitalar, a enfermeira aposentada Altina Pimentel, de 51 anos, concluiu que uma cirurgia eletiva realizada com os devidos cuidados valeria a pena neste momento. “Não vejo o ambiente hospitalar como um meio de contaminação maior do que as ruas onde circula o maior fluxo viral. Fiz o procedimento num hospital maternidade, um dos locais considerados como mais limpos para atendimento ao paciente e com menor risco de contaminação. Respeitando os protocolos estabelecidos, tomando os devidos cuidados não não vi nenhum problema. Principalmente se comparado com a utilização dos serviços essenciais, como bancos, farmácias, supermercados, que já estavam todos funcionando com um fluxo enorme de gente’, compara Altina.

Após um mês da intervenção cirúrgica

O distanciamento social permite, para muitos, maior flexibilidade de horário para o trabalho e descanso, o que também favorece a cirurgia plástica, que geralmente demanda repouso e cuidados específicos para uma recuperação adequada no menor tempo possível”, acrescenta. a cirurgiã plástica e mestre em medicina, Karen Heizer.

Após 4 meses de intervenção cirúrgica

“Outro fator foi a restrição quanto a viagens, isso fez com que as pessoas pudessem direcionar suas economias para procedimentos estéticos já desejados. A quarentena trouxe também a oportunidade de olhar mais para si, de perceber a importância do autocuidado e de se sentir bem consigo mesmo. Recomenda-se que o paciente esteja livre do covid19 ou já recuperado para que seja submetido à cirurgia. Testes, tanto de toda a equipe cirúrgica quanto do paciente que será submetido ao procedimento são feitos dias antes da cirurgia. Acredito que cirurgias combinadas, que demandam tempo cirúrgico aumentado, não sejam ideais nesse momento”, aconselha Karen.


Uma pausa no fluxo frenético do trabalho por causa da quarentena permitiu a comissária de voo Renata Martins, de 31 anos, lapidar ainda mais a própria beleza. “Uni o útil ao agradável, consegui me recuperar com tranquilidade, com a companhia da minha irmã que é enfermeira e ficou cuidando de mim. Não tive medo de contaminação pois o local era impecável. Fiz cirurgia reparadora para uma cicatriz decorrente de um acidente de carro, e valeu muito a pena ter aproveitado essa oportunidade, ainda estou em processo de cicatrização mas já estou adorando o resultado”, revela Renata.

Segurança - A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), através do site www2.cirurgiaplastica.org. br/encontre-um-cirurgiao, permite que futuros pacientes confirmem se o médico que anuncia realizar cirurgias plásticas recebeu a formação mínima necessária para tal.

‘A escolha do cirurgião plástico é fundamental. Escolher um profissional que tenha o título de especialista em cirurgia plástica garante que esse médico está habilitado. A SBCP tem atualmente 6.500 membros. O local onde o procedimento será realizado também é importante. Verifique com a Anvisa/Covisa se o local para a realização do procedimento é adequado e se está autorizado. Por último, fique atento a todas as precauções de higiene e prevenção que o momento exige, tais como uso de máscaras, álcool em gel nas mãos e evitar aglomerações’., conclui o Dr. Dênis Calazans, Presidente da SBCP.


Baseado em matéria de ULISSES DÁVILA para O Fluminense